Eventos

Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim

av. Afonso Pena, 1.537, centro BH

Palácio das Artes

Informações: (31) 3236-7400

Gratuito

terça a sábado, das 9h30 às 21h; domingo, das 16h às 21h


 

Imaginar Inhotim fora da natureza exuberante encostada na cidade de Brumadinho vai ao improvável. Fruir a exposição “Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim” é demarcar que esse centro internacional de arte contemporânea pode ir além de seu território. 


Aberta desde a última sexta-feira (12/12/14) em todas as galerias do Palácio das Artes e também no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, a mostra – a primeira do instituto fora de suas fronteiras – oferece um recorte do acervo de Inhotim em mais de 50 obras, a maioria delas ainda não apresentadas lá. 



“Realizar algo dessa natureza é um desejo nosso há algum tempo e foi se fortalecendo no diálogo com a Fundação Clóvis Salgado (mantenedora do Palácio das Artes) até que conseguimos concretizar agora”, comemora o diretor de arte e programas culturais do Inhotim, Rodrigo Moura, que divide a curadoria da exposição com a portuguesa Inês Grosso. 


Sobre o conjunto da mostra, Rodrigo Moura resume: “É um Inhotim que ninguém nunca viu”. 



No espaço da Galeria Alberto da Veiga Guignard, salão nobre colado à avenida Afonso Pena, as obras foram divididas em quatro núcleos: o neoconcretismo brasileiro, a produção dos anos 60, o grupo da vanguarda japonesa Gutai e as práticas de acionismo e de performance dos anos 70. 

 

Vida cotidiana 

A abertura com a arte neoconcreta, apresentando obras pouco vistas de Lygia Pape, Lygia Clark e Hélio Oiticica, sintetiza o norte proposto no título da mostra, “Do Objeto para o Mundo”. “É uma forma de pensar o neoconcretismo não como uma reunião de cânones fechados em seu campo histórico, mas no paradigma de seu universo formador”, afirma Moura. O conceito aponta para uma expansão que é essa da arte não mais como objeto, mas aberta ao mundo, à vida cotidiana do espectador.



Isso está presente na sequência do espaço expositivo em obras que tratam de temas como acúmulo, consumo e imaginário coletivo, dentre outros, como nas séries de cédulas de Cildo Meireles e Jac Leirner, ou na interpretação dos ex-votos por Rivane Neuenschwander; e ainda nos trabalhos da norte-americana Channa Horwitz e do argentino David Lamellas. 

 

Silhuetas 

Em seguida, vem a série sobre o grupo da vanguarda japonesa Gutai, pós-Segunda Guerra. Além das fotografias que mostram trabalhos de artistas como Hitoshi Nomura e Kiyoji Otsuji, tende a atrair o público a obra “Red”, um cubo de vinil vermelho em que o espectador é convidado a entrar e, ao movimentar em seu interior, cria uma coreografia de silhuetas. “A exposição traz esse convite à participação”, diz Inês Grosso. 


As práticas de acionismo dos anos 70 reúnem importantes documentos de manifestações do gênero em Belo Horizonte, com as séries “Do Corpo à Terra”, organizadas naquela época por Frederico Morais, e apresentadas nas proposições de Artur Barrio, às margens do rio Arrudas, e por Décio Noviello, no Parque Municipal. Nas galerias Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima, estão obras de artistas ocupando espaços individuais, casos, por exemplo, de Rivane com seu “Zé Carioca nº 2”, e da inglesa radicada no México Melanie Smith com seu vídeo “Aztec Stadium”. 



Assim como no cubo de Otsuji, a interação com o público é uma proposta de “Zé Carioca nº 2”, em que o público pode escrever nos balões da “tela”. “O Zé Carioca é esse símbolo da malandragem e caminho da Walt Disney para penetrar no Brasil. É uma obra com forte apelo para as crianças e os grupos de escolas que visitarão a exposição”, prevê a também curadora de Inhotim, Julia Rebouças. 



Essa mensagem aparentemente mais lúdica que também deve atrair muito o público está presente na obra “Concept Car” (carro-conceito), do suíço Thomas Hirschhorn. Um Ford Fiesta é totalmente adornado por fora e por dentro com centenas de objetos e textos que apontam para o consumismo e o acúmulo, além de trazer muitas referências da história da arte. “Tem um lado lúdico, mas também traz algo ácido e explosivo”, reflete Julia. 


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