Eventos

Exposição no Hall da PBH propõe reflexão sobre acrópole ateniense

Av. Afonso Pena, 1.212, Centro - BH

Hall da Prefeitura de Belo Horizonte

Entrada Franca

Visitação: de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h até 31/03


A Prefeitura de Belo Horizonte inaugura nesta sexta-feira, dia 17 de março, a exposição “Atenas e Sua Acrópole”. A mostra discute a relação entre os monumentos, a cidade e os cidadãos atenienses, desde a época de sua criação, até as mudanças experimentadas pela cidade através dos séculos. A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, no hall da sede da PBH (Av. Afonso Pena 1.212). A entrada é gratuita.

A proposta da exposição é aprofundar a reflexão sobre a trajetória, a apropriação e as relações entre a cidade de Atenas e sua Acrópole. Este convívio entre o presente e o passado nas cidades é permeado pela eterna dicotomia entre as permanências e destruições, entre os espaços simbólicos e sua apropriação pela sociedade. Na mostra é possível detectar a transição do período arcaico para o clássico por meio de cópias de esculturas que refletem a revolução de Atenas, como por exemplo, o arcaico “Peplos Kore” e o clássico “Ephebe Loira”.

Na Antiguidade Clássica havia uma concepção de desenhos geométricos abstratos ligados a uma noção de atemporalidade. Conceito que nasce na Grécia, mas é substancialmente explorado em Roma (como por exemplo, no Panteão). Portanto, a proposta é fazer com que a montagem das peças de Atenas tenha um diálogo com a paginação do piso do Hall da Prefeitura de BH e a arquitetura Art Deco. Assim, a expografia irá explorar os princípios básicos do desenho (ponto e linha) e, ainda, as formas geométricas simples (círculos, quadrados e retângulos).

A Acrópole Ateniense – Por Leônidas Oliveira, presidente da Fundação Municipal de Cultura

A Acrópole e seus três templos, o Parthenon, o Erechtheion e o Templo de Atena Nike, é guardada por um pórtico monumental chamado Propylaea.  O Partenon é dedicado ao culto da deusa Atena, protetora da cidade-Estado de Atenas, e guarda o perímetro em que se desenvolve a cidade. O modelo do plano regular, o traçado do dameiro hipodâmico, segundo a mais antiga das propostas urbanísticas conhecidas, desenha a superfície de uma cidade que ainda não existe, mas reserva a ela o solo necessário, no qual o plano como documento equivale a um projeto em lugar que carece de passado próprio ao qual se remontar, a que se referir, e que desconsidera qualquer referência às características topográficas e paisagísticas do lugar.

Atenas é essa mescla de regularidade caótica na sua expressão mais contemporânea, contrapondo-se à cidade antiga. Nessa mesma cultura, manteve-se viva a recordação de outras geometrias, irregulares, nascidas pelo amparo dos templos de seus deuses, adaptadas aos lugares onde essas construções se erigiam como materialização religiosa das próprias forças ocultas da natureza e das expressões da paisagem. Um ou outro tipo de traçado, a regularidade triunfante para sempre e a sutil irregularidade gozam do patrocínio de grandes representantes da literatura artística antiga. As propostas que diferenciam as cidades regulares das irregulares desfrutam da mesma distinção mitificada que encontramos em Hipodamos de Mileto, Meton e Dinócrates. Para cada um deles encontramos também suas grandes referências: Aristóteles, Aristófanes e Vitruvius.

O estado latente da grande criação artística da Antiguidade é, sem dúvida, o Parthenon, edifício em que ficaram impregnados temas importantes, como a cenografia interior, que preludiaram as realizações helenísticas, a atenção preferente aos valores plásticos antes das funções práticas, em nada aparentadas, e que se abrem em novas possibilidades ao desenvolvimento do espaço interior, tratado mediante cisão artificiosa entre os temas estruturais e os plástico-decorativos. Na arquitetura do Parthenon apreende-se toda a arquitetura templária anterior, podendo-se recordá-la a partir das modulações da linguagem utilizada.

A ordem geométrica abre a cidade grega ao seu futuro cosmopolita, à possibilidade de crescimento genérico. No entanto, no que se refere ao modelo urbanístico clássico, na fase do seu esplendor helenístico, a geometria e a ordem mudam de escala e vertem a outros monumentos civis de caráter representativo, os efeitos cenográficos até então aplicados com exclusividade, aos templos, aos recintos dos santuários.

Foto: Divulgação


Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.