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Curta Circuito exibe clássico do cinema popular

Av. Afonso Pena, 1537 – Centro – Belo Horizonte

Cine Humberto Mauro | Palácio das Artes

(31) 3236-7400

Entrada gratuita | inscrições devem ser feitas pelo site curtacircuito.com.br | Até 17 de abril

Data| 25 de abril Horário| das 19h às 22h


Dando continuidade a programação do primeiro bimestre (março/abril), iniciada no dia 20 deste mês, que homenageia o ator, produtor e diretor Carlo Mossy, o Curta Circuito - Mostra de Cinema Permanente leva para o Cine Humberto Mauro mais um clássico do cinema popular nacional. Na próxima segunda-feira, dia 27 de março, a mostra exibe O Sequestro (1981), que assim como Giselle, filme de abertura da temporada 2017, também é fruto da bem-sucedida parceria de Mossy, que produz e atua no longa, com o diretor Victor di Mello. Abrirá a sessão, o curta-metragem inédito Profissão Voyer, finalizado no ano passado e dirigido por Mossy. A partir das 20h, com entrada franca e bate-papo sobre os filmes após a exibição. Os ingressos serão distribuídos com 30 minutos de antecedência.

Com nova curadoria, assinada pela crítica Andrea Ormond, o Curta Circuito - Mostra de Cinema Permanente traz para a temporada 2017, com o tema País Tropical, clássicos do cinema popular e da pornochanchada, gênero cinematográfico rejeitado pela crítica especializada, mas bastante popular entre o público nas décadas de 1970 e início de 1980. Durante todo o ano, a Mostra irá homenagear três grandes representantes desse fértil período do cinema nacional, em cada um dos três bimestres da programação. Ao final de cada bimestre, será oferecida ainda uma MasterClass gratuita, ministrada pelo próprio homenageado. O primeiro escolhido, para as sessões dos meses de março e abril, é o ator, diretor, produtor e documentarista Carlo Mossy, conhecido como o Rei do Cinema Popular.

Em O Sequestro, filme da próxima sessão do Curta Circuito, Carlo Mossy tem um papel secundário mas de grande impacto. Apesar de contar com a atuação do Rei da Pornochancha, o longa foi classificado na época como policial e teve sucesso significativo nas bilheterias. O enredo, baseado no livro homônimo de José Louzeiro e Valério Meinel, tem como inspiração o sequestro do menino Carlinhos, ocorrido no Rio de Janeiro em 1973. Fazem parte também do elenco, os consagrados atores  Jorge Dória, Milton Moraes, Otávio Augusto e Helena Ramos.

O Especial Carlo Mossy traz ao todo quatro longas-metragens e quatro curtas-metragens inéditos que são um resumo da trajetória do artista, além da MasterClass - O Rei do Cinema Popular, que será ministrada por ele no dia 25 de abril, oportunidade única de conhecer os bastidores de suas produções. As inscrições para a MasterClass já estão abertas e podem ser feitas no site oficial da mostra (www.curtacircuito.com.br).

Até o fim do ano, outros dois  importantes nomes do cinema brasileiro também serão homenageados pelo Curta Circuito: o diretor e roteirista  Alfredo Sternheim (maio/junho) e o cineasta Afrânio Vital (julho/agosto) .

Profissão Voyeur l Carlo Mossy, RJ, 2016, 18'

Desocupado e tarado vicioso, vive vigiando e gravando de sua janela, apartamentos alheios com sua câmera, que possui um zoom poderoso, e registra um caso bastante inusitado: jovem marido trai sua jovem mulher com a melhor amiga dela no meio da noite, num motel enquanto ela está(?) dormindo, que o trai igualmente com seu amante cinquentão na cama de ambos, ao mesmo tempo. Após a efetivada dupla traição, os dois se deitam na cama, cínicos que se pretendem, como se nada tivesse acontecido. O bebê chora e acorda ambos.

O sequestro l Victor de Mello, RJ, 1981, 125’

O Sequestro pega sua trama de um crime real como muitos filmes policiais brasileiros antes – e depois – também fizeram: o sequestro do menino Carlinhos no Rio de Janeiro em 1973, sem resolução, vira aqui a história do misterioso sequestro de Zezinho, filho de um pequeno industrial de produtos de couro, cuja família reside em Santa Teresa. O delegado Marcondes (interpretado por um surpreendente Jorge Dória) assume o caso com rédeas curtas, o que incomoda e restringe o trabalho do subdelegado Argola (Milton Moraes) e seu parceiro, detetive Vilarinho (Carlo Mossy, também produtor do filme), no fim das contas os caras que fazem o trabalho sujo da polícia. Mergulhados nos furos e incongruências dos depoimentos dos familiares, empregados da fábrica de Pedro Pereira (Adriano Reys), pai de Zezinho, e outras testemunhas, os policiais revelam rapidamente a dinâmica dessa relação de imposição de macheza e malandragem, regada a gírias de época, palavrões e um “modo de ser policial” que funde o jeito durão do similar americano dos anos setenta – Lee Marvin e Clint Eastwood à frente – com a malandragem institucional do tira à brasileira. (por Raul Arthuso)

Sobre Carlo Mossy

Filho de imigrantes judeus poloneses, Carlo Mossy nasceu em Tel Aviv e veio para o Brasil com apenas dois anos de idade. Atualmente com 70, ele já produziu, dirigiu e atuou em dezenas de filmes, em  50 anos de carreira completados em 2016. De acordo com a curadora do Curta Circuito, Andrea Ormond, “ele merece mais do que ninguém o título de “Rei do Cinema Popular; tem 50 anos de trajetória e ainda é capaz de se mostrar incômodo e inovador, sempre dialogando com o grande público nos diversos gêneros por onde transita sem dificuldades”. Mossy continua na ativa e se reinventado. Lançou no ano passado o documentário “Garota de Ipanema – O Bar da Bossa”, e ainda faz aparições, como as recentes em Malhação e no seriado da HBO, Magnífica 70.

Sobre o Curta Circuito
Durante sua trajetória, iniciada em 2001, a Mostra de Cinema Permanente, que exibe exclusivamente filmes nacionais, sempre com entrada franca, conseguiu reunir um público de mais de 70 mil pessoas, que estiveram presentes em quase cinco mil sessões. A mostra, dirigida desde 2016 por Daniela Fernandes, da Le Petit Comunicação Visual e Editorial, é uma das referências em Minas e no Brasil como ação de formação qualificada de público, espaço de reflexão, debates sobre a cultura audiovisual e todos os aspectos que a envolvem, sejam técnicos, narrativos, estéticos, culturais e políticos. Tendo já atuado em 18 cidades de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Pará, a mostra atualmente está presente em Belo Horizonte, onde tem como “sede” de suas exibições o Cine Humberto Mauro, e comemora a volta para os município mineiros de Montes Claros e Araçuaí. Já passaram pelo projeto convidados como Nelson Pereira dos Santos, Zé do Caixão, Sidney Magal, Othon Bastos, Antônio Pitanga, Nelson Xavier, Darlene Glória entre outros. O Curta Circuito atua também na preservação e memória do cinema brasileiro, trabalhando na restauração de filmes, em parceria com a Cinemateca do MAM-RJ. A iniciativa recebeu Mention do D'Hounner em Milão, em 2013, pela restauração do filme “Tostão, a fera de Ouro”, da década de 1970.  

Em 2017, o Curta Circuito volta a ter sessões no interior do estado, nas cidades de Montes Claros e Araçuaí. 


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