Eventos

ARTEMINAS - Exposição MURRO

Av. Afonso Pena, 737 – Centro - BH

Galeria Arlinda Corrêa Lima

(31) 3236-7400

Entrada Gratuita

14 de agosto a 28 de outubro de 2018


Exposição coletiva de Pintura Mural e Grafite, MURRO, acontece na Galeria Arlinda Corrêa Lima e integra o Programa ARTEMINAS. Com sete artistas convidados para ocupar o espaço expositivo – Denis Leroy, Hyper,Goma, Gud, Sérgio Ilídio, Wanatta Rodrigues e Mujer (a única grafiteira do grupo) – as obras serão feitas diretamente nas paredes da galeria e o público poderá acompanhar o início dos grafites no dia de abertura, em um site specific, trazendo a linguagem das ruas para o Palácio das Artes. A proposta vai possibilitar ao público uma relação diferente com uma prática artística marcada pelas relações urbanas de velocidade e efemeridade, trazendo os conceitos para um espaço contemplativo e livre de outras interferências visuais.

Buscando instigar a diferença entre passar andando por um mural e se deslocar especificamente a um lugar para percebê-lo, assim como a durabilidade das obras – que na rua, estão sujeitas à cobertura de outras pinturas –, a exposição Murro reforça a “troca de lugares” do grafite e dialoga com o público sobre o seu lugar nas Artes Visuais.

Potente enquanto uma técnica e linguagem visual, que em nada difere de pintura, fotografia ou performance, o grafite mineiro passa a obter destaque não só nas ruas, mas sobre as paredes de uma galeria do Palácio das Artes. Essa expressiva produção artística é mais um destaque do programa ARTEMINAS, que segue de agosto a outubro de 2018. Norteadas pelo mote roseano “rumozinho forte das coisas”, as exposições que compõem o programa buscam explorar a força da arte manifesto.

Arte urbana na Galeria – Para Gud Assis, que tem diversas obras espalhadas pelos muros de BH, a exposição Murro é uma forma de valorizar o trabalho do artista autodidata. “É de extrema importância mostrar, para um diferente público, que o que vem da rua tem valor. Fiquei muito lisonjeado pelo convite, o Palácio das Artes é um espaço de renome, referência para o público mineiro”, conta o artista, que já teve seu trabalho exposto na Bienal Internacional de Grafite de Belo Horizonte e tem trabalhos no acervo do Museu Histórico Abílio Barreto.

Já Hyper, um dos pioneiros da cena do grafite em Belo Horizonte, começou a pintar nas ruas em 1997 e foi um dos responsáveis por expandir a prática para a região central da cidade. Hoje é referência tanto nacional como internacional, ao abordar temáticas lúdicas e expressivas em suas obras. Segundo o grafiteiro, o convite para participar da exposição é uma oportunidade de troca, na qual os artistas ganham espaço e a galeria recebe um dos movimentos artísticos mais fortes da atualidade. “É sempre uma honra poder levar minha arte a qualquer lugar, independente de qual seja. Galerias de todo o mundo já vem percebendo a potencialidade do grafite, e a exposição Murro prova que nossa cidade tem grandes artistas que merecem esse espaço”, conta Hyper.

Murro também conta com a participação de Wanatta Rodrigues, que há quatro anos vem se destacando na cena do grafite por sua produção focada em questões étnicas raciais. “Utilizo das cores como reafirmação da presença negra nos territórios urbanos. Busco retratar semblantes fortes, que chamam atenção ao observador e os colocam face a face com questões que há de se sentir na pele”, destaca a artista. Já Goma, artista que decidiu se dedicar exclusivamente ao grafite após abandonar a prática da pichação, vê a exposição como “uma forma de abrir as portas das galerias para as escritas urbanas”.

Para o designer gráfico e artista visual Denis Leroy, o convite para a exposição Murro reflete o valor da arte de rua e a essência dessa manifestação artística. “Acredito que a proposta instiga a liberdade de criação e a manifestação de propostas individuais sem amarras curatoriais. O grafite é uma livre manifestação em qualquer lugar, pela sua natureza de ocupação de espaços, e a proposta da exposição manteve essa característica”, pontua Denis.

A liberdade para criar o mural também foi o que mais agradou a Sérgio Ilídio, artista que iniciou sua carreira no ano de 1998 e vem desenvolvendo seu trabalho com a estética e utilização da técnica do estêncil, explorando o autorretrato. “A oportunidade de liberdade dada ao nosso trabalho, atribuindo credibilidade às nossas criações, é essencial. Não fomos limitados a fazer algo sobre algum tema específico, podemos criar a partir das nossas vivências”, conta Sérgio. “Muitos artistas almejam participar de uma mostra no Palácio das Artes. Para minha carreira, é um trabalho grandioso, e estou muito feliz por isso”.

Para Mujer, artista visual e grafiteira independente de Belo Horizonte, participar da exposição representa não somente uma oportunidade de crescimento da carreira, mas uma forma de assegurar a união entre a noção de arte pertencente a instituições culturais e a arte de rua. “A sociedade está reconhecendo os grafiteiros que fazem intervenções na rua como artistas e os colocando em um lugar que não era de costume anteriormente – as galerias de arte. Como mulher grafiteira, realizar uma obra no Palácio das Artes é uma forma de visibilidade e representatividade”, destaca Mujer, que grafita sobre vivências e lutas diárias do universo feminino.

Grafite – Tipo de inscrição em paredes de espaços públicos, configurando uma manifestação artística de rua ligada a inúmeros movimentos culturais. Existem relatos e vestígios dessa arte desde o Império Romano, no entanto, seu aparecimento na contemporaneidade se deu na década de 1970, em Nova York, nos Estados Unidos. Alguns jovens, em sua maioria vindos da periferia, começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade e, algum tempo depois, evoluíram suas técnicas com desenhos mais elaborados. O estilo do grafite brasileiro é considerado um dos melhores do mundo.

Foto: Denis Leroy


Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.