Eventos

Vernissage: Retrato da Favela Pedreira Prado Lopes

Rua Melita, 95. Bairro Jardim Canadá. Nova Lima

Galeria Orlando Lemos

Tel: 3581-2025

Entrada Franca

Data: 15 a 29 de outubro. De 15 às 19h.


Uma mostra curiosa será exibida na Galeria Orlando Lemos, entre os dias 15 e 29 de outubro, no bairro Jardim Canadá, em Nova Lima. A artista plástica mineira Clara Marina, formada pela Escola Guignard da UEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais, fará uma exposição de um quadro só.   

            Uma pergunta inicial é: Expor apenas um quadro, é comum? A resposta, objetiva: “Não. Não é comum, é ousadia mesmo”, afirmou a própria artista. A tela, denominada Pedreira Prado Lopes, mostra detalhes do cotidiano de quem vive numa das comunidades mais antigas de Belo Horizonte, que fica na região da Lagoinha, Zona Noroeste da cidade, que surgiu logo que imigrantes e operários vieram trabalhar na construção da capital mineira. Atualmente, possui mais de 8 mil habitantes. É caracterizada por seus problemas sociais, do lícito e o ilícito, mas também por ser berço do samba em BH e pela bela vista para a cidade Segundo Clara Marina, a Pedreira é um lugar único, ora pelas leis que regem a comunidade, pela subjetividade ou pelos valores intrínsecos, cada detalhe torna aquele lugar singular. Por isso, a mostra mereceu apenas uma tela.

            A artista, que também é médica, conheceu a Pedreira Prado Lopes atendendo pacientes durante dois anos no Centro de Saúde que fica na comunidade, entre 2009 e 2011. Diariamente, ao subir as ruas, ela viu como os moradores levam a vida. “Carentes de tudo, indivíduos, sem escrúpulos, sem medos, derramam sêmen e sangue, procriam subjugados à dor e ao constrangimento intrínsecos à pobreza, enriquecidos por uma luta uníssona, craquelada, mas prisioneiros dela mesma”, observa Clara Marina.

Detalhes

            Apesar de ser uma só, a pintura chama a atenção pelos detalhes. É possível ficar muito tempo apreciando a obra, que contém traços escuros e sombrios, que vão se revelando cenas do dia a dia da favela com o olhar atento do espectador. “Pela obscuridade do tema envolvido, pelo vazio que induz, a exposição de um quadro só, na penumbra de um galpão muitas vezes maior do que ela, simula  virtualmente a favela  no seu mundo só”, descreveu a artista. O quadro sugere, inclusive, o uso de uma pequena lanterna pra visualização de detalhes.

            É possível achar novas ações na tela a todo momento. O quadro, de 1,40m por 90cm, é tão rico em particularidades, que foi desmembrado em vários outros, como retalhos, que serão apresentados na exposição por meio de fotografias.  As fotos, tiradas pelo fotógrafo Jomar Bragança, foram selecionadas pela própria artista, e fazem parte da mostra.

            A obra, que recebe pinceladas até hoje, começou a ser desenhado ainda no extinto projeto da artista, chamado Museu do Museu, em 2010. Era um espaço dedicado às artes plásticas, com ambientes e espaços interativos. Um local de pesquisa, exposição e experimentação em arte contemporânea. Recebeu, inclusive, prêmio da Furnarte à época. 

            O quadro será ofertado por meio de preço sugerido numa caixinha, como um leilão fechado.

Foto: Jomar Bragança


Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.