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Uma rádio em decadência apresenta sua última novela com a esperança de não sucumbir diante da chegada da televisão. Este é o enredo central de “Ópera de Sabão”, último espetáculo do Grupo Maria Cutia, inspirado nas radionovelas, que tiveram seu ápice nas décadas de 40 e 50 e foram fundamentais na consolidação da linguagem radiofônica, desaparecendo nas décadas seguintes com o avanço da teledramaturgia.

Tendo como trilha sonora músicas autorais do próprio Grupo Maria Cutia, feitas especialmente para a peça, “Ópera de Sabão” utiliza suas canções como motor para desenvolver seu espetáculo. Os jingles e as vinhetas, na peça executados ao vivo pelos atores, ajudam a transportar seus espectadores para este universo, hoje quase extinto, do rádio, complementam as histórias dos personagens e potencializam o melodrama e a paródia cômica característicos da montagem.

Além de divertida, “Ópera de Sabão”, como revela o ator Leonardo Rocha, é uma analogia a atual situação do teatro e suas dificuldades em exercer este ofício. “Como nos bastidores da radionovela fictícia, no teatro também há os conflitos de ego, relações complicadas entre atores e também muitas situações inusitadas”, completa.

Sinopse

O cotidiano de uma iminente decadência da Rádio Drama, que está prestes a levar ao ar sua radionovela "Meu irmão é filho único", na última esperança de não perder o patrocínio dos produtos Chuá Chuá, é alterado pela chegada de uma atriz estreante em radionovelas. O elenco da atração radiofônica, formado pelos atores Antônio Galante, Ester Trindade e Juca Morato, sob a rigorosa direção de Plínio Blanco, recebe a caipira Dora Alice que, apesar de não possuir os atributos para alcançar o estrelato, consegue realizar o sonho de atuar numa radionovela ao comprar o papel de mocinha na produção. Orgulho, intriga, paixão, vingança, ganância, inveja, todas as grandes emoções do universo do melodrama em uma montagem cênico-musical do Grupo Maria Cutia.

Foto: Tati Motta