Eventos

Exposição “Quero que você me deteste”

Rua Antônio de Albuquerque, 885, Lourdes, Belo Horizonte, MG

Galeria de Arte Celma Albuquerque

(31) 3227 6494

Entrada franca

De segunda a sexta, das 9h às 19h | Sábado de 9h30 às 13h, exceto feriados.


A galeria mineira Celma Albuquerque recebe, a partir de 29 de novembro, a exposição Quero que você me deteste, de Daniel Bilac. As obras que compõem a individual trazem representados elementos aparentemente desconexos. Bombas de gás lacrimogênio, helicópteros e policiais fardados dividem as composições com objetos domésticos e personagens infantilizados. Para o artista, esse inventário de imagens tão vasto e diverso dialoga com a presença cada vez mais trivial de diferentes formas de violência no cotidiano das cidades.

Entre o ridículo e o precário

Para Daniel, o ano de 2016 foi um marco decisivo no que considera um abalo do diálogo como ferramenta de conciliação. Nas disputas simbólicas e políticas dos últimos meses, o artista identifica que “a agressividade e a intolerância estão abertamente presentes nos discursos conservadores. E mais: elas são expressas em símbolos deliberadament infantilizados, como bonecos infláveis, caricaturas e mascotes”.

Sobrepostas às apropriações desses símbolos, os trabalhos também trazem rasuras: manchas de spray, riscos de carvão, garatujas e massas informes, que se aproximam da visualidade da pichação e de outras intervenções não oficiais no espaço público. De acordo com Daniel, essas marcas evocam “uma estética da resistência e da desobediência, o que não deixa de ser um rastro das disputas de poder na cidade”.

Esse conjunto de elementos convive, ainda, com representações de objetos domésticos e corriqueiros – “o apoio à violência, seja física, simbólica ou institucional, deixou de ser constrangedor ou chocante: está presente nas conversas, no telejornal policialesco e em toda a vivência cotidiana”, afirma o artista.

A mostra conta com obras de dimensões e formatos variados. Papéis, superfícies emborrachadas, chapas de madeira e tecidos são alguns dos suportes explorados. Além disso, muitos trabalhos têm sua estrutura de montagem aparente, deixando parafusos, cortes e emendas visíveis. “É uma precariedade material flagrante, mas também é um elemento de força”, conclui Daniel.

 

Sobre o artista

Daniel Bilac (1986) é artista visual formado pela Escola de Belas Artes da UFMG. Já realizou as individuais Monumento Vidraça Monumento Ruína (Centro Cultural São Paulo, 2015 e Memorial Minas Gerais Vale, 2014); Manual da espera (FAOP, 2013); Quando eu disser seu nome (Celma Albuquerque Galeria de arte, 2011) e Tudo o que tem dente morde (Galeria de Arte da Cemig, 2010).

A galeria

Projetada para abrigar os mais variados tipos de projetos artísticos, a Galeria Celma Albuquerque tem como um de seus objetivos principais a divulgação de novos artistas e suas propostas, bem como contribuir para a formação de novas coleções.

Foto: PatriciaRezende


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