Eventos

Fumec Forma Moda

Nova Lima - MG

Torre Alta Vila

às 20h - 21 de junho


 O desfile de formatura da 23ª turma do curso de graduação em Design de Moda da Fumec  será realizado no dia 21 de junho, às 20h, na Torre Alta Vila, em Nova Lima. As coleções, frutos do TCC - Trabalho de Conclusão de Curso - serão apresentadas em dois blocos, envolvendo propostas diversificadas de 15 alunos nos segmentos de vestuário feminino, moda casual chique e festa,beachwear e acessórios. 

 ARTUR MALTA/COLEÇÃO: VEIO DE DESAJUSTE

Não mais o feio somente porque não se pôde evitá-lo, mas o feio pelo grito de se libertar do que é esperado, de ser explícito em sua própria imperfeição. É com essa lâmina que Artur Malta corta a superfície e encontra o desajuste: veste de incômodo quem sabe o prazer de se mostrar cru.

Em uma coleção monocromática, o designer nos situa no limbo e nos obriga a encarar, sem os adornos sofisticados ou as pedras lapidadas, o kitsch do strass, a impunidade da transparência, a brancura refletora das formas e esclarecedora dos cantos. Veio de Desajuste não agrada e nem o pretende. Qualquer conforto é incompatível com a criação que queira nos deslocar.

 CAROLINA SILVA E PATRÍCIA SANTOS/COLEÇÃO: ADAPTAÇÃO

A coleção Adaptação, das designers Carolina Silva e Patrícia Santos, surgiu com a percepção das mudanças climáticas. A moda, nesse contexto, demonstra-se uma ferramenta eficaz para auxiliar na adaptação das pessoas aos desconfortos causados pelo calor excessivo e pelas chuvas inusitadas, por exemplo.

Formada por nove peças de moda praia, dentre elas duas masculinas e sete femininas, além de seis casacos impermeáveis, a coleção foca nas oscilações do clima e por isso inspira-se nas paisagens do deserto do Atacama, local que possui uma variação de cerca de 40 graus ao longo de um único dia.

Na cartela de cor, tons terrosos convivem com os mais vibrantes, como o cor-de-rosa e o roxo, referências à flora típica do Chile. Aos materiais inusitados, como plástico e malha de cinta, as designers adicionam detalhes preciosos, como o corte a laser, que dá um tom sofisticado às peças desse peculiar beachwear.

Dias quentes unem-se aos frios, sol à chuva. Uma combinação tão polarizada que traz a reflexão de como será o clima em um futuro próximo.

 ISABELLA NERY/COLEÇÃO: VER-A-COR

Mineira de ascendência paraense, a designer de moda Isabella Nery buscou no estado do Pará a inspiração da coleção de beachwear Ver-a-Cor. Um trabalho fotográfico desenvolvido pela estilista em sua última visita a Belém do Pará deu origem às peças, que mesclam história pessoal a uma moda praia que pode invadir outros ambientes.

As estampas da coleção, que misturam as aves do Parque Ambiental Mangal das Garças, a vegetação amazônica e os frascos de ervas e banhos da tradicional barraca da Dona Coló, em versão aquarelada, também vieram dessas imagens autorais.

Dos corredores e das iguarias regionais do tradicional mercado Ver-o-Peso, surgiu a cartela de cores. O laranja remete ao típico camarão exposto em palheiros; o verde em tom escuro vem da folha de jambu; uma espécie de molho feito de água de goma e pimenta, conhecido como tucupi, traz o amarelo à coleção. Já o roxo, representa o açaí, paixão local, enquanto os tons de vermelho aludem ao encantador pôr-do-sol visto da ilha de Marajó.

A cultura indígena local aparece em brincos confeccionados em acrílico, arrematando a idéia de moda praia para uma mulher antenada e cool.

 IZABELLA MENDES/COLEÇÃO: FRACTO

A globalização tem um efeito pluralizante sobre as identidades. Ao interconectar diversas partes do planeta em novas combinações de espaço-tempo, produz uma variedade de possibilidades de identificação e as torna mais posicionais, políticas, plurais e diversas.

Embasada no livro A identidade cultural na pós-modernidade, do sociólogo Stuart Hall, a coleçãoFracto fala da fragmentação do sujeito contemporâneo e da possibilidade de novas articulações, ou seja, a criação de novas identidades ao serem desfeitas as noções antigas de indivíduos estáveis.

Em busca de novas combinações e com o cuidado de produzir slow fashion, a designer Izabella Mendes trabalha resíduos têxteis na trama de fio de malha desenvolvida - manualmente - em tear de pente liço e ao ressignificar retalhos de estofado. As texturas obtidas são conjuntamente articuladas em looks sóbrios, mas que deixam fluida a idéia de feminino e masculino.

 JULIANA CALAMBAU/COLEÇÃO: URBANUS – UM OLHAR CONTEMPORÂNEO

As cidades são um emaranhado de arquitetura, imagens, materiais, ruídos, memórias, enfim, acúmulo de sensações que compõem o imaginário contemporâneo. A coleção Urbanus, da designer Juliana Calambau, retrata esses elementos entrelaçados ao design e às novas possibilidades de se vestir. Não há feminino ou masculino, homem ou mulher, e sim pessoas que se integram ao espaço urbano e possuem uma visão ímpar em relação à sua identidade. A modelagem das peças visa o conforto e a praticidade inspirada na diversidade arquitetônica e adapta as formas rígidas e geométricas para reconstruir um vestuário atual e moldar um novo relevo ao corpo.

O excesso de elementos presentes em um cenário urbano é representado nos tons de cinza dos prédios, da poluição, do asfalto, da neutralidade e une cada aspecto em uma composição harmônica e contemporânea. As peças, confeccionadas em tecidos de alfaiataria, como o tropical, são caracterizadas por recortes e assimetrias.

Nos acessórios que integram a Urbanus o foco é o material. A rigidez bruta da arquitetura é transmutada em madeira, elemento básico para uma construção, em formas geométricas e minimalistas, que resultam em um design elegante, versátil e único.

 LARISSA CUNHA/COLEÇÃO: IN.CONSCIENTE

Envolver e representar um mundo particular com "fios de pele", utilizando a arte para manter viva as memórias que o manicômio insiste em apagar. Essa é a missão de Arthur Bispo do Rosário, esquizofrênico e - contra todas as expectativas - artista. Bispo criou intuitivamente seu legado artístico, deixando que as linhas exprimam o interior desconhecido da mente e revelem um universo peculiar ao qual só ele tem acesso.

A criação espontânea marca a coleção iN.consciente, da designer Larissa Cunha. As bases de shapesrígidos recebem coberturas orgânicas de fios e palavras, na forma de estampa digital, serigrafia e bordado. Influenciada pela forma de construção das obras de Bispo, foi desenvolvido um tecido, manualmente, através da combinação de fios acumulados e entretela hidrossolúvel, formando uma trama emaranhada.

O contraponto entre dureza e fragilidade se revela também na cartela de cores e tecidos. Remetendo ao visceral, a cartela varia entre vermelho-sangue, cinza e off white. Os tecidos decorativos shantung e linhão são desviados do uso comum, levados para o vestuário e combinados ao delicado tule.

 LUIZA GARCIA/COLEÇÃO: PIEL

Refletindo sobre o fato que, cada vez mais, as pessoas são influenciadas pelos padrões de beleza difundidos pelos meios de comunicação, a designer Luiza Garcia desenvolveu uma coleção que realça a beleza do corpo feminino por meio da evidência e ocultação de suas curvas.

 A pele, superfície sobre a qual recaem os ideais de perfeição, inspira a coleção intitulada Piel, na construção das texturas em pedraria e no toque macio e, ao mesmo tempo, rústico do couro. Em modelagens simétricas e assimétricas, juntas, é ressaltada a singularidade do corpo e sua estrutura. Em uma coleção que celebra as dualidades, o tom laranja-terroso entra na cartela para quebrar a dramaticidade do preto e do branco.

Pensada para a mulher contemporânea e elegante, confortável na própria pele, Piel é, ao mesmo tempo, minimalista e opulenta, desejável e singular.

 LUIZA MARENT/COLEÇÃO: DESORDEM

Desordem, da designer Luiza Marent, debate a sociedade contemporânea a partir da ideia de caos ordenado, que é um comportamento espontâneo e automático da sociedade no dia-a-dia. Os projetos realizados pelo designer francês Jean de Lessard também inspiraram a coleção que propõe, por meio da metáfora dos laços efêmeros, tecer peças que vestem ocasiões especiais.

A cartela de cores é composta por tons de cinza, azul marinho e preto, para representar a cidade caótica e suas passagens. Nela, cada um desenvolve sua história efêmera. O caminho percorrido pela designer em peças de crochê e tricô, que se constroem e desconstroem, toma rumos inusitados, molda-se à subjetividade de cada um.

No segmento de moda festa, a proposta é ressaltar o único, por meio de peculiaridades e de materiais que são fortes e produzem efeitos singulares para mulheres assim.

 MARCELA VIANA/COLEÇÃO:INEXACTE

 

Inspirada nos fundamentos da cultura japonesa do Wabi-Sabi, que prega a perfeição em pequenos defeitos, a designer Marcela Viana apresenta a coleção Inexacte, totalmente branca, simples, mas rica em texturas e bordados. 

Minimalista nas formas e com estampas na mesma tonalidade do tecido, as peças incorporam shapes completamente limpos e geométricos. A coleção pretende demonstrar que dentro da simplicidade habita uma beleza pouco explorada, onde o menos pode ser mais. O trabalho em crepe e tule apresenta um requinte às peças que se enquadram em um estilo casual chique.

Para uma mulher que preza uma estética aparentemente simples, mas de alta qualidade e com elementos preciosos, Inexacte resgata clássicos da moda, atemporais, os neutraliza em branco e os torna ainda mais desejáveis pela sofisticação nos detalhes.

 MARIA CÂNDIDA VECCHI/COLEÇÃO: O GRITO DOS INVISÍVEIS

As cidades, reféns de grandes construções mal planejadas e com crescimento desordenado, deixam de ser apenas cenários monótonos e se tornam espaços ativos com a transgressão da arte urbana. Sobre os muros altos se expressam os marginais, que veem ali uma pauta a se tornar base de suas assinaturas e criações.

É então, em cima de um estudo sobre o espaço urbano e suas interações, que surge a coleção O Grito dos Invisíveis. Partindo daí a reflexão sobre a cidade e sua base de concreto condenada a uma película imaginária, traçada por esses invisíveis transgressores, que deixam marcas e se manifestam mesmo silenciosos.

O contraponto da verticalidade dos grandes centros e da película efêmera do picho é traduzido emshapes retos, construídos em tecidos leves e transparentes, que remetem a essa sobreposição. A designer Maria Cândida Vecchi propõe experimentações sobre a estética da pichação, colocando assinaturas dos pichadores Goma e Comum como objeto de desejo em materiais inusitados do universo da moda.

 MARIANA BARONI/COLEÇÃO: BLINDAGEM EMOCIONAL

Em um atropelo de escolhas sem tempo hábil para reflexão, conhecer-se virou algo secundário. O certo parece estar sempre à margem. Baseada nesta cadeia de relações fragilizadas, e norteada pelo mito de Narciso e pela moda como ferramenta para construção da identidade, a designer Mariana Baroni apresenta a coleção Blindagem Emocional, que convida a uma pausa em tempos cada vez mais velozes e a um olhar para além da superfície.

Entre tons de cinza e tramas formadas por nós entrelaçados que, assim como as ligações de hoje, se desfazem rapidamente, a designer mergulha em indagações que se confundem como emaranhados de tiras de tecidos que se sobrepõem. Do padrão repetitivo à ruptura em cortes geométricos ou do laranja que brota em meio a uma cartela cromática, cada detalhe que difere e desenha o que será o indivíduo, o contorno que esboça a identidade, é o que desnuda e dá fim a toda e qualquer blindagem.

MARINA MOURA/COLEÇÃO: AURÁTICA

A coleção Aurática, de bolsas-luminárias, da designer Marina Moura, parte da origem do design europeu e busca no movimento Arts and Crafts e no conceito de Aura a valorização do trabalho artesanal. Como forma de traduzir essas referências para os dias de hoje, sem deixar de valorizar o advento da indústria, o seu produto agrega as riquezas de detalhes de um trabalho de artífice, arte e moda, juntamente com a tecnologia.

Com duas funções, a de bolsa e também de luminária, os acessórios foram produzidos à mão pela designer, tendo como materiais o couro na cor caramelo - trabalhado em estrutura vazada, orgânica e de sustentação para a alça -, e a resina em estrutura rígida como compartimento. A aplicação doled, com a finalidade de iluminação, além de representar a tecnologia, retrata, o conceito de aura através da luz.

 PAOLA FERRARA/COLEÇÃO: RELIQUIAE

Trabalhando a memória emotiva em contraponto aos desgastes físicos ocasionados pelo passar do tempo e sua relação com o corpo nesse constante movimento, a coleção Reliquiae ganha vida dentro do conceito de moda atemporal, agregando significados a cada peça construída. A idéia para o desenvolvimento da coleção surgiu a partir de um estudo feito sobre o tempo e como o percebemos, devido a urgência e as cobranças dos dias atuais. O que nos leva a refletir sobre todo o nosso trajeto até o presente momento, podendo concluir que, cada pedacinho puído das nossas lembranças, cada retalho de memória incrustadas em nosso corpo, objetos e arredores, alimentam e compõem o nosso ser, construindo o indivíduo e o imortalizando além das fronteiras do tempo e da ausência. 

Os conceitos escolhidos para a criação da coleção são o desgaste e a sobreposição, remetendo às camadas do tempo e às marcas deixadas por ele, materializando a memória.

 RAQUEL MENDONÇA/COLEÇÃO: AS IMPUREZAS DO BRANCO

Impurezas do Branco é uma coleção de moda feminina, baseada na obra homônima do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. Para o poeta, o branco visualiza a poesia e suas impurezas são detectadas no verso. Nesse trabalho, o branco se renova, reinventa-se e vence o preto básico. Suas impurezas, as nuances de tons e sobretons de branco bordam a tessitura dessa trama. Trêslooks reinventam o livro através da moda: a sobreposição de tecidos como as folhas de papel, o texto traduzido em palavras bordadas e a capa estruturada de forma firme e protetora.

 VANESSA LAURENTE/COLEÇÃO: TRAMAS HÍBRIDAS

“O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando...”(João Guimarães Rosa).

E dessas mudanças, andanças e migrações, ocasionando uma pluralidade de repertório, é que se origina o multiculturalismo das Minas Gerais. Num sobe e desce montanhas, entre tropas e bateias, vai se tecendo a história. Na mescla de linhas, pontos e tramas, nasce o folk, o boho mineiro, num processo manual, apresentados em três looks que traduzem nossa multiculturalidade e espontaneidade.

 

Foto:  DIEGO RHUAN


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