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Depois de duas aclamadas temporadas no Rio de Janeiro, o espetáculo musical A Gaiola chega a Belo Horizonte, com uma temporada de 3 a 19 de dezembro, no Centro Cultural Banco do Brasil/CCBB - BH. A peça é uma adaptação do livro infanto-juvenil homônimo, que rendeu à autora, Adriana Falcão, uma indicação ao Prêmio Jabuti. 

Assinado pela diretora Duda Maia, o musical conta a história de amor e separação de um passarinho que cai, ferido, na varanda da casa da menina. Na trama, ela se dedica a cuidar do pequeno bicho e, à medida que vão convivendo, se apegam um ao outro e se apaixonam. Ele fica curado e na hora da despedida, pede para que a menina o aprisione numa gaiola. 

Um dia, a menina flagra o passarinho encantado com a beleza do dia lá fora e uma crise se instala entre os dois. A tentativa de prender o amor se mostra inútil e os dois chegam a uma importante conclusão. 

Com longa e premiada carreira como diretora de movimento, Duda criou uma partitura coreográfica que costura toda a encenação, exigindo um intenso trabalho físico dos atores. O desafio em elaborar uma dramaturgia para agradar o exigente público mirim resultou em um espetáculo que mistura teatro, dança, música, canto e contação de história. 

“O roteiro tem a capacidade de impulsionar uma base dramatúrgica sólida, criando para a narrativa, canções que se inserem com naturalidade dentro da dramaturgia. Todo esse processo de carpintaria serviu de esteio para que Duda Maia fizesse o palco pulsar vivamente na composição cênica de sua estética e na coordenação dos movimentos, dando uma dimensão lírica para temas como possessão, amor e ciúme, que culminam num espetáculo teatral irretocável”, comenta o crítico Renato Mello.

No elenco, Pablo Áscoli, que já autuou na peça infantil “Mania de Explicação”, também baseada em um livro de Adriana Falcão, é o passarinho. Contracenando com ele, como a menina protagonista, está Carol Futuro. Os atores intercalam o texto com a interpretação de seis canções. Além de dançar, cantar e interpretar, ora como personagens, ora como narradores, os protagonistas ainda manipulam o cenário, montando parte da estrutura em cena.

“’A Gaiola’ é uma montagem das mais lindas e cheia de poesia que já vi, em toda a minha vida, no universo do teatro infantil, e a melhor deste ano, motivo mais que suficiente para que eu recomende o espetáculo, com muito empenho, na certeza de que, embora não seja necessário, os que acederem à minha recomendação hão de me agradecer e ratificar minha palavras. Espero, também, que as passem adiante” finaliza o crítico Gilberto Bartholo. 

Foto: Guga Melgar