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Em meio a pandemia, empresários mineiros lutam pela dignidade

Há mais de um ano sem poder abrir as portas da Casa Sion Festas, Michel Abou Abdallah se junta a outros empresário para pedir por diálogo com poder público

Com a empresa parada desde a primeira ordem de fechamento do poder público para conter a pandemia do Covid-19, o empresário Michel Abou Abdallah, proprietário da Casa Sion Festas, clama por diálogo com as autoridades. “O Estado nos proíbe de trabalhar, mas nos obriga a sustentá-lo”, afirma. 

No local, que antes abrigava festas e eventos variados, hoje só produz gastos e preocupação. “Tenho funcionários que precisam sobreviver, tenho minhas despesas e, além disso, pago todos os impostos como IPTU e as taxas do alvará exigido pelo governo, mesmo que há um ano não tenho autorização para usá-lo”, afirma o proprietário do espaço e dono do imóvel.

Diante da crise econômica que o país enfrenta, sobretudo o setor de eventos, o empresário adotou medidas para driblar a situação. “Ofereço descontos de mais de R$10 mil para quem fechar contrato no momento atual para eventos futuros”, garante.

Além disso, Michel, que também é ator de novelas na Globo e Record TV e músico da banda Abou e Os Caras Da Terra, se juntou com outros empresários para pedir ajuda e diálogo com as autoridades para rever um plano de auxílio para quem quer, mas não pode trabalhar.

"Continuamos em isolamento social, e seguindo corretamente as ordens impostas, mas, apesar disso, temos contas para pagar. Nos adaptamos, passamos a fazer defumados para entregas, buscamos novas alternativas e tivemos que negociar com os fornecedores e parceiros. Apesar das dificuldades, temos o privilégio de estarmos cercados por pessoas incríveis”, afirma a Fernanda Pimentel, proprietária do restaurante Feijão, localizado no Edifício Maletta.

Quem também está tendo que lidar com a crise econômica é a empresária Clarice Rocha, proprietária da Clarice Rocha Decorações. Sem a liberação de eventos na capital mineira, a empresária está vendo seu negócio perder cada vez mais espaço.

“É muito difícil, pois não recebemos nenhuma ajuda do governo neste período. Nosso apoio está entre nós mesmos, um amigo que ajuda, um cliente. Estou fazendo pequenos eventos nas casas das pessoas, mas, com a onda roxa, a situação ficou ainda mais crítica. Nós precisamos ser ouvidos também, afinal, somos trabalhadores e estamos, há um ano, seguindo todas as regras”, afirma a empresária.

Com dezenas de funcionários parados e prejudicados pela pandemia, o empresário Michel Abou Abdallah afirma que casas de festas e eventos foram duplamente afetados pela pandemia.      

“A Lei Federal Aldir Blanc, número 14.017, de 29 de junho de 2020, prevê que o município preste auxílio emergencial ao setor cultural durante o estado de calamidade, com o intuito de dar apoio ao setor, no entanto, o que se observa é que, além de não podermos voltar ao trabalho, esse benefício do auxílio financeiro também foi negado à categoria de que atua com eventos e festas particulares. Apenas o setor cultural foi beneficiado”, comenta..

O empresário convoca os trabalhadores que estão na mesma situação para pedir apoio e diálogo com as autoridades. “Espero que os políticos pensem no coletivo e reavaliem o plano de auxílio e o estenda às categorias que não são assistidas pela Lei Aldir Blanc. Nossa área de atuação precisa de apoio, muitas pessoas estão morrendo ao verem seus negócios indo à falência”, finaliza o dono da Casa Sion Festas.

* O empresário está no ramo desde 2003. A Casa Sion Festas é uma das mais tradicionais de Belo Horizonte. Desde sua fundação, emprega centenas pessoas direta e indiretamente. Michel Abou está apto a falar do assunto e dar entrevistas. (Veja mais aqui)

Fotos: Ju di Paula.

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