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Mostra Cine Direitos 21 - Humanos - Olho o Olho, online e gratuita, de 07 a 11 de abril, traz 78 filmes de diferentes formatos e temáticas variadas

O evento conta com três lives e os filmes estão agrupados nos programas Tempo Suspenso, Ocupa, Diversidade e Luta, Contemporaneidades, Políticas Extremas, Infâncias, Juventudes, Africanidades e Janelas.

De 07 a 11 de abril acontece a mostra gratuita e online Cine Direitos Humanos 21 - Olho no Olho, composta por 78 filmes, sendo muitos históricos, outros inéditos, criativos, divertidos, dramáticos, provocativos e inspiradores. Com curadoria de Beatriz Goulart, Alexandre Pimenta e Rita Cupertino, a programação conta com curtas, animações, médias e longas-metragens de temáticas variadas e para um público de diferentes idades. O objetivo é retratar um pouco a enorme diversidade de temas que refletem as humanidades e suas escolhas, revelando potencialidades pessoais e coletivas no enfrentamento de ataques aos princípios que regem a carta de Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Para assistir os filmes, basta se cadastrar no site da Pólo Audiovisual e, a partir de 07 de abril acessar CINE DIREITOS HUMANOS 21 – Polo Audiovisual TV. Os filmes estão agrupados nos programas Tempo Suspenso, Ocupa, Diversidade e Luta, Contemporaneidades, Políticas Extremas, Infâncias, Juventudes, Africanidades e Janelas.

Em um momento político autoritário, espelho e motor de uma sociedade extremamente normativa, ainda casa grande, ainda senzala, o que foge ao que se convencionou chamar de civilidade é considerado barbárie, e em nome da normatização a sociedade tende a barbarizar o que não é comum. As sociedades enrijecidas tornam-se permeáveis ao espelhamento não crítico, momento onde os falseamentos encontram terreno fértil para serem assumidos como verdades.

Nesse contexto, o evento traz filmes como “Virou Brasil”, onde os índios ironizam os estratagemas da cultura dominante para diminuí-los e roubá-los; “Essa Terra é Nossa” e “Guardiões da Floresta”, com suas histórias de lutas para defesa de território; e “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”, que mostra as dificuldades de ser um indígena no Brasil contemporâneo.

Outros filmes perturbadores, essenciais nesse momento são “eagoraoque”, dos cineastas Jean-Claude Bernardet e Rubens Rewald; “Dona Sônia pediu uma arma para seu vizinho Alcides”; “Para onde voam as feiticeiras”, que aponta para os preconceitos de gênero e raça; os artísticos “Sanã”, “Obatalá”, e “Preta-Prata”; e o que se poderia chamar de filme de resistência - “Morcega” -, entre outros curtas feitos com jovens em situação prisional e que experimentam falar de si, sem a própria imagem, sem nomes próprios e sem lugar. Daí a importância de uma mostra de direitos humanos ser também etnográfica, antropológica e artística, evidenciando a resistência e observando com olhos lavados a infância e a delicadeza da sociedade dos quintais, do não capitalismo definindo relações.

A programação traz também filmes belíssimos sobre o brincar na terra batida, nas regiões brasileiras, com diferentes geografias e sotaques. E há documentários sobre a pandemia e a clausura, as dificuldades e descobertas desse novo viver. Ampliar o olhar, encostar o olho no olho, sair do controle da mídia e retomar o poder político de encarar o outro e a si mesmo, sentir o alcance das mãos, dos punhos, acessar sentimentos amortecidos, recobrar o poder das ruas, voltar a se revoltar. Estamos propondo um banho de multiplicidade para lembrarmos quem somos.

Para nos defendermos de nós mesmos, a arte e os princípios dos direitos humanos vêm em socorro do homem e seu lobo. Assim, a infância, as sociedades autóctones menos contaminadas pelo chavão de hoje - espírito de manada - bem como a arte em sua busca constante, vêm nos lembrar de onde viemos e indagar para onde vamos.

A mostra Cine Direitos Humanos 21 – Olho no Olho é uma realização da Pimenta Filmes, através da Lei Aldir Blanc, viabilizada pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Os produtores, Beatriz Goulart e Alexandre Pimenta, dedicam esse trabalho aos atendentes dos hospitais, faxineiras, enfermeiras, médicas, cientistas e a todos os que têm lutado incessantemente para que vidas sejam salvas.

“Neste momento dramático por que passa a humanidade em todo mundo, no Brasil o desafio é dobrado ao enfrentarmos, simultaneamente, vírus e 'vermes' letais ao povo brasileiro. É preciso coragem, afeto, paciência e esperança ativada para sobrevivermos a ambos. Para isso, mais do que nunca, precisamos amplificar noções de Direitos Humanos, promover nossa diversidade, ampliar imaginários, repertório cultural e narrativas civilizatórias, sobretudo para e com as crianças, adolescentes e juventudes de nosso país”, declara Cesar Piva, diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento do Pólo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais e do Instituto Fábrica do Futuro - parceiro que viabiliza o evento.

Lives

A mostra contará com três lives com especialistas das áreas de Saúde Pública, Educação e Política, com participação de pessoas de grande influência na cidade de Belo Horizonte e com projeção nacional. As conversas ocorrerão nos dias 07, 08 e 09 de abril, a partir das 19h. Acompanhe a programação nas redes sociais e na plataforma http://www.poloaudiovisual.tv/cinedireitoshumanos21/.

Live 1

Data: 07 de abril, das 19h às 20h30

Tema: Direitos Humanos e a Pandemia

Participam o professor e médico Infectologista Unaí Tupinambás, também professor da Faculdade de Medicina da UFMG e membro do Comitê de Enfrentamento da Covid-19 na UFMG e na Prefeitura de Belo Horizonte; a Deputada Estadual Beatriz Cerqueira, presidenta da Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de MG; e Andréia de Jesus, advogada popular e eleita em 2018 Deputada Estadual em Minas, um estado que nunca antes na história havia elegido uma mulher negra nesse cargo.

Live 2

Data: 08 de abril, das 19h às 20h30

Tema: Direitos Humanos são Direitos Sociais: A ocupação da cidade enquanto acesso a direitos e promoção de saúde mental

Participam Laura Fusaro Camey, usuária dos serviços substitutivos do SUS-BH, atual vice-presidenta da ASUSSAM, membro do Fórum Mineiro de Saúde Mental e conselheira municipal de Saúde; Léo Péricles, criador e membro da Unidade Popular e membro do MLB: Movimento de Lutas nos Bairros e Favelas de BH; e a mediadora Flávia Santana, gerente do CRP-MG, psicóloga, negra e militante dos Direitos Humanos.

Live 3

Data: 09 de abril, das 19h às 20h30

Tema: Criatividade e resistência no enfrentamento das fake-news

Participam Frei Gilvander, doutor em Educação e assessor da Comissão Pastoral da Terra – CPT-MG; Munish, do Coletivo Alvorada, ator, diretor de Teatro, militante político de esquerda e dos Direitos Humanos LGBTQI+; e o mediador Reinaldo da Silva Junior, psicólogo e doutor em Ciência da Religião, diretor do CRP, professor na UEMG e pesquisador do CNPQ.

Sobre a mostra e as temáticas referentes às lives

A luta por direito à cidade não é uma luta recente. Em sua gênese já foi a cidade pensada para cercear direitos e acessos. Quando surgiram os burgos, eles eram para a negociação dos donos de terras e de dinheiro. E, mais que tudo, a cidade era uma quase perfeita criação da democracia burguesa clássica. De homens brancos, livres, e donos de escravos e posses. Se a luta por estar na cidade como se é, como se apresenta para além da raça, do poder aquisitivo, das formas como se apresentam a imaginação, o desejo sexual, e até o inconsciente, não é novidade que hoje, estarmos com dois representantes da luta por essa cidade é questão de honra e alegria.

A luta dos(as) trabalhadores(as) por moradia, saúde, educação e trabalho é muito importante no que se refere a estar na cidade como construtores desse espaço, e não somente como quem vende sua força de trabalho ou vive apartado de Direitos Humanos e Sociais há muito tempo garantidos. Também a luta por ser louco(a), ser transgressor(a) da razão iluminista se faz presente. É importante demarcar que a luta antimanicomial é uma luta da cidade, e a luta da cidade é também por quebrar muros.

Por isso, em tempo de pandemia, de cerceamento do direito à saúde e à vacina, que também é uma privação do direito à cidade e à liberdade, a mostra coloca em pauta filmes que retratam a necessidade de retomada das buscas por efetivação desses direitos.

SERVIÇO

Mostra Cine Direitos Humanos 21 – Olho no Olho

Data: 07 a 11 de abril

Plataforma:http://www.poloaudiovisual.tv/cinedireitoshumanos21/

*Acessar CINE DIREITOS HUMANOS 21 – Polo Audiovisual TV.

Facebook: Pimenta Filmes

Instagram: @pimentafilmesprodutora

Foto: Divulgação

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