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Série Lírico na Cidade propõe ‘viagem musical’ com peças de compositores de diferentes nacionalidades

Apresentação reúne canções sacras e seculares da música coral do século XX

O Coral Lírico de Minas Gerais apresenta Rio – Paris – Londres, uma verdadeira viagem sonora elaborada para mais um concerto da Série Lírico na Cidade. A apresentação celebra obras de compositores de três grandes cidades cosmopolitas, Rio de Janeiro, Paris e Londres, e o repertório combina canções sacras e seculares em um mosaico da música coral do século XX. Sob regência do maestro Lincoln Andrade, o Coral Lírico interpreta peças de Ernani Aguiar, Lili Boulanger, Johannes Brahms, John Taverner, Giles Swayne, Henryk Mikolaj Górecki e Benjamin Britten.

 

A presidente da Fundação Clóvis Salgado, Fernanda Machado, explica que uma das características mais marcantes dos Corpos Artísticos da FCS, dentre eles o Coral Lírico de Minas Gerais, tem sido a diversidade de repertório. “Essa variedade evidencia, ainda mais, o compromisso da instituição em promover a fruição artística e garantir que o público tenha acesso às mais variadas formas de manifestações culturais”.

 

Diversidade musical – Do Rio de Janeiro, vem Missa Brevis II in honorem S. Francisci Assisiensis, do compositor ouro-pretano Ernani Aguiar, que atualmente vive entre Petrópolis, região Serrana do Rio de Janeiro, e a Capital Fluminense. A Missa é uma das mais recentes composições de Aguiar, que foi aluno de César Guerra-Peixe, e explora temas melódicos e motivos rítmicos, característicos das canções folclóricas e das melodias populares brasileiras.

 

A viagem musical do Coral Lírico chega a Paris para interpretar obras de dois grandes compositores franceses: Lili Boulanger e Claude Debussy. Hymme au Soleil, de Lili Boulanger, é inspirada no poema homônimo de Casimir Delavigne, e foi musicada para mezzo-soprano, coro e piano. O maestro Lincoln Andrade explica que Boulanger é uma das grandes representantes da música impressionista e “é considerada por Claude Debussy como a ‘Debussy de Saia’”. O maestro também destaca que a música de Boulanger é baseada em uma harmonia colorida e com fortes influências de Fauré e Debussy.

 

Ainda na Cidade Luz, o destaque vai para as Trois Chansons. As peças, compostas por Charles Debussy em 1908, conectam os estilos de composição do passado com as técnicas harmônicas modernas. As Trois Chansons são compostas por Dieu! qu'il la fait, Quant j'aiouy e Yver. Os textos são de Charles d'Orléans, príncipe e poeta, que foi preso na Inglaterra após a Batalha de Agincourt, em 1415.

 

Com escala na capital britânica, o Coral interpreta as canções inglesas The Lamb, de John Tavener, que exploram técnicas de composições bizantinas como cânones e inversões, palindromes e texturas silábicas, e Missa Tiburtina, de Giles Swayne, composta em Tivoli, próxima à Roma e dedicada a ser “um protesto contra à corrupção, à injustiça, à fome e à guerra no mundo”, como explica Lincoln Andrade. Ele ainda destaca que Swayne “é um grande desafio e leva o ouvinte a uma posição muito mais de reflexão do que de apreciação”.

 

Peças de Johannes Braham e Henryk Góerick compõem o programa. Drei Motteten, Brahms combina textos que apresentem uma imagem inicial de miséria, tristeza, ou aflição e se transformam em esperança, firmeza e gratidão. Já Totus tuus, de Henryk Górecki, é uma obra mântrica, que explora os timbres e as cores das vozes a capela. A peça foi composta em 1987, durante a visita do papa João Paulo II à sua terra natal, a Polônia.

 

A jornada musical do Coral Lírico chega ao fim com Rejoice in the Lamb, do britânico Benjamin Britten. Composta em 1943, a cantata para quatro solistas, coro SATB – soprano, alto, tenor e baixo – e órgão, foi inspirada no poema Jubilat e Agno, do inglês Christopher Smart. O poema, escrito enquanto Smart estava em uma casa para recuperação da sanidade mental, retrata o louvor e adoração ao divino, por todos os seres e todas as coisas criadas, cada um à sua maneira.

 

Lincoln Andrade – Lincoln Andrade possui doutorado em Regência pela University of Kansas (EUA) e mestrado em Regência Coral pela University of Wyoming (EUA), na qual também foi professor assistente e ministrou aulas de canto coral e regência coral. Premiado nos Estados Unidos e na Europa, o Maestro foi diretor musical do grupo Invoquei o Vocal, maestro titular do Madrigal de Brasília e do Coral Brasília. Ainda na capital federal, foi professor e diretor da Escola de Música de Brasília. Regeu concertos na Alemanha, Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Hungria, Paraguai, Polônia, Portugal e Turquia. É produtor musical, apresentador e entrevistador do programa Conversa de Músico, produzido e veiculado pela TV Senado. Também é professor de regência e coordenador da Orquestra Sinfônica da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 

Coral Lírico de Minas Gerais – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG), corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado, é um dos raros grupos que possui uma programação artística permanente e interpreta um repertório diversificado que inclui motetos, polifonias, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. É regido pelo maestro Lincoln Andrade. Além de participar de espetáculos autorais com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e a Cia. de Dança Palácio das Artes, o CLMG participa de inúmeras produções que integram as temporadas de óperas realizadas pela Instituição. O Coral Lírico de Minas Gerais se apresenta em cidades do interior de Minas e em capitais brasileiras com o intuito de democratizar o acesso de diversos públicos ao canto coral. As apresentações são gratuitas ou com preços populares.

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