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Trash ou Cinema de Gênero? e Especial MC Xuparina são os destaques desta semana na programação da Mostra do Filme Livre 2017 no CCBB Belo Horizonte

A 16ª Mostra do Filme Livre apresenta em sua última semana no CCBB Belo Horizonte duas sessões instigantes: Trash ou Cinema de Gênero?, dia 31 de maio, às 15h30, e dia 01 de junho, às 14h; e Especial Xuparina, no dia 31/05, às 19h, esta última seguida de debate com a realizadora Hanna Bergfors e mediação do cineasta e curador da MFL Christian Caselli. Além dos CCBBs – em BH a mostra vai até 05 de junho - o evento também percorre mais de 100 cidades por meio da ação Cineclubes Livres. Todas as atividades são gratuitas.

 

Uma maneira recorrente de começo de carreira de vários cineastas livres é um flerte pelo trash, sendo que alguns seguem por este caminho usando muita criatividade e transgressão. Por isso, a Mostra do Filme Livre dá visibilidade a esses filmes e ainda abre a discussão sobre o preconceito que existe em se fazer cinema de gênero no Brasil, que muitas vezes é associado – pejorativamente – ao termo “trash”. Trash ou Cinema de Gênero?, dividida em duas sessões, exibirá 12 curtas-metragens de diversos Estados como Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

 

Nas palavras de Christian Caselli, talvez o mundo não merecesse Marcella Maria, conhecida como Sonia Lemos e, principalmente, como MC Xuparina. “Séculos à frente de seu tempo, Marcella enfrentou o mundo machista do funk, não só como mulher, mas também sendo abertamente lésbica. Quando jovem chegou a trabalhar no Rio com o grupo Os Escrachados do Teatro, até que abraçou a sua personagem Xuparina, declarando-se atriz e ex-bailarina (tremenda modéstia: Marcella era tudo isso e mais um pouco). Porém, cansada do racismo e da homofobia no Brasil, partiu para a Alemanha, onde, por cinco anos, continuou sua luta contra o preconceito. Lá viveu seus últimos dias, chegando a encenar em uma versão de “A Ópera do Malandro” nos palcos e investindo em sua carreira, que ia de vento em popa em sua turnê ‘Lesbian Trash Queen’, prestes a dar um show em Barcelona. Porém o destino pregou uma peça em seus fãs quando MC Xuparina veio a falecer no dia 07 de setembro, data caretérrima de um tempo conturbado em seu país”, destaca.

 

A 16ª Mostra do Filme Livre se orgulha de ceder uma sessão inteira para essa artista ímpar. “Felizmente seu lado performático nos deixou um legado audiovisual, que poderemos conferir seja em seus divertidos clipes, no visceral curta-metragem Base para Unhas Fracas (e emuma performance ultra audaciosa) ou no drama média-metragem Ainda Não Acabou, em que se comprova seu talento como atriz. Que assim possamos lembrar sempre desta pessoa única, com todo o seu humor, coragem e pioneirismo”, ressalta Caselli.

 

PROGRAMAÇÃO:

Especial Xuparina (83min)

CCBB BH | Teatro II – Quarta, 31 de maio, às 19h

*Sessão seguida de debate com a realizadora Hanna Bergfors e mediação de Christian Caselli

 

Juízo Final”, de Guerreiro do Divino Amor (RJ, 2009, 03min)

O sol há de brilhar mais uma vez...

 

“Xuparina Uma Menina”, de Hanna Bergfors e Marcella Maria (RJ, 2016, 05min)

Um melodrama rítmico e humorístico sobre luta e ideais, e como defender a diversidade sexual em um gênero de música hetero-normativa.

 

“Base para Unhas Fracas”, de Alexandre Vogler  (RJ, 2010, 09min)

Durante a madrugada, uma mulher nua percorre as ruas do centro do Rio intervindo em luminosos e espalhando cartazes autobiográficos pelos muros. O projeto "Base para Unhas Fracas", iniciado em 2008, atuava publicamente como uma campanha publicitária de lançamento de um novo esmalte de unhas. Para tanto espalhou centenas de out-doors por toda zona metropolitana do Rio de Janeiro, veiculando a imagem de mãos - e unhas pintadas - de uma mulher casada ocultando suas partes íntimas, acompanhadas da marca do produto anunciado. O trabalho, que exacerbava a abordagem sexista da mulher em campanhas publicitárias, é exibido como auto-retrato da onírica personagem do curta metragem "Base para Unhas Fracas". No filme, realizado em parceria com a atriz Marcella Maria, uma mulher transita nua por ruas desertas do centro do Rio, intervindo em luminosos publicitários e espalhando sua imagem em muros da cidade. Finalizado com recursos do MinC, "Base para Unhas Fracas" foi lançado no fim de 2010 na Cinemateca do MAM e exibido em festivais de cinema do Brasil e exterior.

 

Ainda Não Acabou”, de Kornelia Kugler (RJ, 2016, 62min)

O filme investiga possíveis negociações nas escolhas em relação às tecnologias de reprodução em oposição à liberdade neoliberal do ‘ter tudo’. Ewa quer abortar, Maria quer uma inseminação artificial e Selma quer ganhar dinheiro como mãe de aluguel. Numa noite especial em Berlim, feministas corporativas enaltecem as liberdades trazidas pelas novas tecnologias reprodutivas em uma conferência direcionada às elites, enquanto Ewa, Maria e Selma trabalham na guarda-roupa e são mão de obra do evento. Cenas de uma passeata pró-vida, uma performance de nascimento, e uma palestrante Tecno-feminista pregando os méritos do congelamento de óvulos e da barriga de aluguel, colide com a experiência de nossas protagonistas, e conecta vivências e discursos do que acontece dentro e fora do evento. Nessa noite, Ewa, Maria e Selma esboçam um momento de solidariedade nos bastidores do guarda-roupa.

 

 

TRASH OU CINEMA DE GÊNERO?

Trash ou Cinema de Gênero? 1

(77 min)

CCBB BH | Teatro II - Quarta, 31/05 - 15h30

 

“Tate Parade”, de Marja Calafange (PR, 2013, 09min)

Após ter sido brutalmente assassinada pela família Manson, Sharon Tate volta do além para vingar sua morte e salvar o seu bebê.

“História de Lia”, de Rubens Mello (SP, 2010, 13min)

Lia é uma adolescente que vive num lar doentio e violento. Para fugir das frequentes tensões do dia a dia, ela se envolve com um grupo de jovens marginais e acaba por se entregar às drogas. Mas a tragédia se desencadeia quando ela é possuída por sua amiga invisível.

 

“O Experimento”, de Geisla Fernandes e Wllyssys Wolfgang (SP, 2016, 16min)

"O Experimento" narra a breve, porém intensa jornada de Bárbara, uma deficiente visual que,

em meio a um apocalipse zumbi, é contaminada pela mordida de um morto-vivo. Amparada pelo namorado Jorge, ambos buscam abrigo quando se deparam com Dr. Vicente, um médico que desenvolve experimentos para reverter os efeitos da contaminação. O curta instiga questionamentos sobre o comportamento das pessoas e seus valores. Estejam elas vivas ou mortas.

 

“Até que a Morte nos Separe”, de Danilo Arantes Morales (SP, 2016, 05min)

Uma noiva, um policial e um eremita fogem de um grupo de zumbis. Mas a lealdade do grupo pode mudar conforme os membros vão sendo contaminados.

 

“Autômatos”, de Leonardo Miguel de Mello Luciano (RJ, 2016, 06min)

Um homem é raptado, torturado e modificado.

 

“Paterno”, de Fabiano Soares e Gabriel P. Almeida (RJ, 2016, 12min)

Eric vai à casa do pai, morto, para arrumar as coisas e é afetado por diversas memórias. Algumas que ele busca esconder.

 

“Rancor”, de Lucas Reis (RS, 2016, 19min)

Um homem faz uma proposta para um velho ator agir como o seu já falecido pai.

 

 

Trash ou Cinema de Gênero? 2 (77min)

CCBB BH | Teatro II - Quinta, 01 de junho, às 14h

 

“OS ANOS 3000 ERAM FEITOS DE LIXO ou (QUANDO A DIGNIDADE DA RAÇA HUMANA SE AFOGOU NO CHORUME ESTÁTICO DA ARTE DA HIPOCRISIA)”, de Cleyton Xavier, Clara Chroma e Anna All (RJ, 2016, 14min)

Montanhas de lixo pelas ruas. Pessoas cobertas de lixo e se hidratando com chorume. Lixos com um brilho neon. Lixo com holograma e som stereo. O lixo é um outdoor de alta concorrência. O lixo é a nova moeda e seu lastro é maior que o d'ouro.

 

“Afonso é uma Brazza”, de James Gama e Naji Sidki (DF, 2015, 24min)

Afonso Brazza se tornou bombeiro por amor à profissão. Também por amor, era cineasta e ator. Com oito filmes produzidos, dirigindo e atuando em todos, Brazza foi um dos mais originais diretores do cinema brasileiro. Faleceu aos 48 anos, vítima de câncer. O material do documentário foi realizado antes da sua morte e mostra nosso herói combatendo incêndios na vida real e bandidos na ficção, era um sonhador. Sua história diverte e emociona.

 

“Samantha”, de Ana Rosenrot e Vinicius Santos (SP, 2016, 13min)

Uma mulher fanática por ficção científica encontra em seu quintal algo que "mudará" sua vida para sempre.

 

“Elho Maldito”, de Tadeu Cestarolli (SP, 2016, 07min)

Quais as consequências de um pedido inocente?

 

Boa Noite, Charles”, de Irmãos Carvalho (RJ, 2015, 19min)

Charles é um boneco de um filme de stop motion. Quando vai dormir e apaga as luzes, seu medo do escuro transforma tudo ao seu redor. Marcos e Eduardo são dois diretores principiantes. Nem Charles, Marcos ou Eduardo podem prever o futuro deste sinistro boneco.

Foto: Divulgação

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