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O projeto As crianças e os livros, desenvolvido pela pesquisadora Fabíola Farias, em parceria com a bibliotecária Cleide Fernandes e Jéssica Tolentino, mestre em Estudos da Linguagem, vai articular a escrita coletiva de um manifesto com o objetivo de promover o livro, a leitura e a biblioteca como elementos de valorização da cultura da infância em BH.

A ideia inicial, segundo Fabíola Farias, era que essa construção acontecesse ao longo dos encontros online do curso, que está em andamento, a partir de contribuições de participantes e convidadas, todas profissionais envolvidas com a leitura e a literatura infantil. “Considerando a importância do tema para a cidade e para seus moradores, decidimos ampliar a participação na construção do manifesto, ouvindo pessoas que não lidam diretamente com livro e leitura, mas convivem com as crianças e refletem sobre as infâncias”, conta.

“Entendemos que os livros são objetos de cultura e experimentação estética que permitem, desde a primeira infância, compreender quem somos e o tempo que vivemos. Daí a necessidade de aprofundarmos a reflexão sobre a importância dos livros na infância e de buscar caminhos para garantir o direito à leitura para as crianças da cidade”, conclui.

Os interessados em participar do manifesto devem responder à pergunta Como garantir o direito à leitura para as crianças na cidade? , preenchendo o formulário https://abre.ai/manifestoascriancaseoslivros , que também será divulgado nas redes sociais do projeto (@ascriancaseoslivros). As contribuições poderão ser enviadas ainda pelo e-mail [email protected], até o dia 31 de julho.

Depois de pronto, o manifesto será disponibilizado em versão eletrônica e impressa, com tiragem de mil exemplares, e distribuído em escolas, bibliotecas e centros culturais.

Sobre o curso

Contribuir para a formação de profissionais envolvidos com a leitura na infância, tendo como enfoque recortes que permitem aprofundar a reflexão sobre a importância dos livros para crianças, sejam os literários, obras informativas ou de referência.

Esta é a proposta do curso As crianças e os livros: infância e leituras em curso, que começou no início de maio e conta com vinte encontros virtuais, sendo oito com convidados.

Os encontros, a escrita coletiva e o manifesto buscam o fortalecimento da presença da literatura e dos livros na cultura da infância na cidade. E ainda, valorizar a experiência de profissionais que se dedicam às crianças e aos livros em distintos espaços. A demanda pelo curso, explica Cleide Fernandes, foi imensamente superior à capacidade proposta, o que demonstra o grande interesse pelo tema. “Por isso, já estamos pensando em como oferecer novas oportunidades”, completa.

Entre os temas do curso estão concepções de infância e de livros para crianças; a representação das infâncias nos livros para crianças; as representações da leitura nos livros para crianças; livros para crianças muito pequenas; leituras de passagem: as fronteiras entre o infantil e o juvenil; livros informativos: muitos jeitos de saber do mundo; incômodas leituras: temas sensíveis nos livros para crianças; livros acessíveis: a construção de possibilidades de leitura e de direitos; leitura e criação: experiências metaliterárias; e questões de sempre, radicalizadas pelo nosso tempo.

Para falar sobre suas experiências com as crianças e os livros, foram convidadas Amanda Ribeiro, professora, escritora e pesquisadora; Ana Amélia Lage Martins, bibliotecária e professora da UNIRIO; Anna Cunha, escritora e ilustradora; Juliana Daher, narradora de histórias e especialista em primeira infância; Macaé Evaristo, professora, assistente social e ex-secretária municipal e estadual de Educação. Também participam do evento como convidados Mariângela Haddad, escritora e ilustradora; Marilda Castanha, escritora e ilustradora; Rafael Mussolini, pedagogo e mediador de leitura, e Viviane Maia, professora e pesquisadora de literatura indígena.

Participam do curso virtual gratuito professoras, bibliotecárias, mediadoras de leitura, estudantes de pedagogia, de letras e de biblioteconomia que trabalham em Belo Horizonte e na Região Metropolitana da capital.

Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

Idealizadoras do curso:

Cleide Fernandes é graduada em Biblioteconomia pela UFMG e diplomada em Gestão de Bibliotecas Públicas pela Universidad Alberto Hurtado, no Chile (e-Learning). Desde 2006 trabalha na Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, instituição na qual tem desenvolvido projetos de incentivo à leitura e formação de leitores para diversos públicos. Atualmente, coordena o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de Minas Gerais.

Fabíola Farias é graduada em Letras, mestre e doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais, com estágio pós-doutoral em Educação pela Universidade Federal do Oeste do Pará. É leitora-votante da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Jéssica Tolentino é mestra em Estudos de Linguagem pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), onde também se bacharelou em Letras - Tecnologias de Edição. É mestranda em Children's Literature, Media and Culture pela Universidade de Glasgow / Reino Unido. Desenvolve pesquisas sobre edição, livros e literatura para crianças e jovens.

Foto: Divulgação