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Conhecida na cena percussiva e carnavalesca de Belo Horizonte, Naroca lança "Tangará", sua primeira música como cantora e compositora, nesta sexta-feira (18)

Produzida por Rafael Fantini, música que abre caminhos para trabalho solo ganhou videoclipe, que também será lançado nesta sexta; regente dos blocos Chama o Síndico e Sagrada Profana

“Tangará chamou / Outro escutou / Pra cantar um canto que é só seu / Voou”. Assim começa “Tangará”, de Naroca, cujo lançamento acontece nesta sexta-feira, dia 18 de junho, nas plataformas digitais, com direito a videoclipe, no YouTube. A música segue numa espécie de mantra bucólico, entoado pela voz doce e verdadeira da artista mineira, em meio a assobios de pássaros e na cadência de acordes simples e bonitos de violão. A levada marca um “afoxé-blues”, com um andamento certeiro: nem tão devagar, nem tão acelerado. Claro, Naroca surfa alto nas ondas do ritmo, praia que pega há anos como instrumentista, em bandas e blocos de Belo Horizonte. Ah, o Carnaval, a Praia da Estação! E o Chama o Síndico, e a Sagrada Profana – blocos/bandas em que atua como regente e percussionista.

Escute “Tangará”, de Naroca (link especial para a imprensa)

Mas uma coisa são praias já desbravadas, por mais revoltas que sejam as ondas; outra é a coragem de se atirar em marés altas, ainda inexploradas. Focar na certeza de que é possível mergulhar em oceanos profundos, manejando incertezas e inseguranças. Ir do fundo ao front do palco, pegar o microfone, tornar música o caderninho de letras. Assumir a voz como ela é, com o sotaque do Sul de Minas e os charmosos dois Ss. Estudar; o canto e o violão. Deixar-se levar pelo risco, pela entrega, pela presença. E fazer do processo uma potente ferramenta terapêutica de autoconhecimento e amor-próprio para seguir firme em tempos tão duros, de adoecimento coletivo do corpo e da alma.

“Tangará” passeia na contramão dos brutos, que insistem em propagar o ódio e a ignorância. Acena para a potência transformadora de buscar a calmaria interna que torna possível as pequenas (e gigantescas) revoluções pessoais. “É uma música que traz paz. E acho que, no momento que estamos vivendo, ela cai bem”, afirma Naroca, que assina letra e música em parceria com o poeta Rafael Fares, amigo sensível que impulsionou o voo composicional. “O pássaro que me chamou e voou sou eu mesma. É o meu encontro com uma verdade íntima, com o escuro, com o silêncio. Claro, o canto que é só seu, e que faz voar, pode ser o de quem está ouvindo. E tem, ainda, essa relação com o mato”, completa a artista, que, como muitos, buscou o campo para refugiar-se da cidade grande durante a pandemia da Covid-19.

Para Naroca, “o contato com a natureza exterior pode mostrar muito sobre natureza interior”. E refletir artisticamente, pois, como vemos em sua primeira canção – certamente influenciada pelos sons das cachoeiras e pelo lado neohippie mineirinho da artista. Mas se há algo a ponderar é que Naroca tem a mania boa de borrar fronteiras: é pura “Geleia Geral Brasileira”, tal como o nome da festa que faz na Gruta, com o DJ Luiz Valente. Sim, Naroca também é DJ, e das boas! Coleciona vinis, de diversas épocas e estilos. Tem lá suas preferências, mas busca a liberdade como linha-guia para a Música – e para a vida. Ou seja: difícil enquadrar, agora, o trabalho que até então mais desnuda sua identidade artística.
Por exemplo, nem só de violão e voz é feita “Tangará”. É crucial ressaltar a importância dos elegantes samples, timbres e grooves eletrônicos que costuram a faixa, entrecortados e arranjados por Rafael Fantini. O músico e produtor mineiro mostrou à artista as possibilidades reais de produções caseiras bem-feitas, ancoradas na fusão entre instrumentos orgânicos e elementos eletrônicos. “É incrível a possibilidade de fazer música dentro de casa, de uma maneira mais íntima, ágil e amorosa. Esse ambiente me ajudou a me soltar. Talvez se tivesse sido em um estúdio, com desconhecidos me olhando, o voo seria diferente”, diz Naroca.

Que bom que foi assim, já que o rasante de “Tangará” é lindo de observar. De escutar, leia-se. Encanta e acalma, trazendo simplicidade, em tempos ansiosos; amor e leveza para horas de angústia; verdade e confiança como suporte para processos de busca pela revolução interna; ritmo pulsante e andamento firme, “sem cochilar”, para seguir em frente. Sem contar que é o abre-alas do trabalho solo de Naroca, que pode ainda resultar em outros belos voos. Seguimos daqui, olhando para o céu e aguardando de olhos e ouvidos abertos.

Videoclipe

Além do lançamento da faixa nas plataformas digitais, “Tangará” ganhou uma versão em vídeo, que também será lançada no dia 18/6, no YouTube. O clipe mostra a artista em mergulho no universo “Tangará”, nome da música e do condomínio em Rio Acima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a composição surgiu e Nara se retirou em um primeiro momento, durante a pandemia.

Já as imagens do clipe foram feitas na Serra do Cipó e buscam retratar suas metamorfoses artísticas. “É uma interpretação poética deste universo, a minha transformação em pássaro. Um clipe feito por uma equipe multidisciplinar da cena independente, que mostra esse voo interior com uma boa dose de psicodelia”, diz Naroca, que assina a direção geral com Humberto Mundim e Rafael Fares. A direção de fotografia é de Bernard Machado; a beleza, de Cacá Zech; e o figurino, de Lira Ribas.

Sobre Naroca

Envolvida com a música desde 2008, Naroca é fundadora de diversos projetos musicais, como o Bloco Chama o Síndico, a Fanfarra Feminina Sagrada Profana, e as festas “Geleia Geral Brasileira” e “Baixo Ventre”. Além de idealizar, fundar em parceria com outros artistas, coproduzir e tocar nestes projetos, a musicista já foi integrante de importantes bandas da cidade: os grupos de maracatu Trovão das Minas e Baque de Minas, o grupo de estudos de música africana Djun, a orquestra de improvisação Frito Na Hora, a banda instrumental Iconili, os blocos Como te Lhamas e Alcova Libertina, a Orquesta Atípica de Lhamas e, atualmente, as bandas Chama o Síndico e Sagrada Profana.

Naroca já acompanhou como percussionista alguns artistas como Marcelo Veronez, Brisa Marques, Fernanda Polse, Victor Magalhães e recentemente gravou as percussões do último trabalho de Lô Borges. Gravou em estúdio oito álbuns completos arranjando e tocando seus instrumentos de percussão. Dividiu o palco com artistas como Elza Soares, Marcos Valle, Fernanda Abreu, BNegão, Otto, Djonga e já se apresentou nos principais palcos do Brasil e em países como Estados Unidos, México, Argentina, França e Senegal em seus 12 anos de carreira na música.

Naroca – “Tangará” | Link especial para a imprensa: https://bit.ly/3vvwEw1

Lançamento single e clipe | Sexta-feira, 18/6, nas plataformas digitais / YouTube

Mais informações | https://www.instagram.com/narocatorres/

Foto: Luiza Ananias

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