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Projeto Canto da Rua Emergencial, em parceria com #ARteSalva, já fez mais de 10 mil atendimentos à população de rua de Belo Horizonte

Iniciativa tem garantido a dignidade daqueles que estão mais vulneráveis à pandemia de Covid-19

Desde que foi readaptada para ser ponto de referência para pessoas em situação de rua, a Serraria Souza Pinto – espaço administrado pela Fundação Clóvis Salgado, que é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) – tem colhido bons resultados por meio dos projetos #ARteSalva e Canto da Rua Emergencial. A ação é articulada entre a Secult, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e a Arquidiocese de Belo Horizonte.

Em funcionamento desde 13 de junho, o local tem oferecido alguns serviços para garantir dignidade àqueles que estão em situação vulnerável em meio à pandemia do Coronavírus. De lá até agora foram feitos 10.042 atendimentos, com uma média de 350 pessoas por dia. Foram oferecidos cerca de quatro mil banhos às pessoas, além de cerca de 20 mil lanches entregues e quase 200 animais de estimação atendidos.

Para o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, os números refletem a solidariedade do povo mineiro e a força das parcerias. “As pessoas que estão recebendo atendimento na Serraria Souza Pinto nos lembram da importância de se pensar no outro em um momento tão desafiador. Esse projeto nos permitiu desenvolver uma grande rede articulada e solidária para garantir os direitos básicos da população em situação de rua, que muitas vezes é invisibilizada e merece toda dignidade e respeito”, pontua.

A secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá, reforça a importância do trabalho que tem sido feito e o impacto do acolhimento na população em situação de rua. “A Sedese vem atuando para garantir os direitos desta população. Hoje o espaço é referência e estamos muito satisfeitos com o trabalho neste momento delicado, especialmente para as pessoas já mais vulneráveis".

Solidariedade ampliada

Ao longo da reformulação, a Serraria Souza Pinto, por meio do Canto da Rua Emergencial, tem disponibilizado outros serviços que vão além de assistência emergencial. Profissionais foram destacados para assistir às questões sociais dos moradores, como documentos, denúncia a respeito de violência e explicações com relação a direitos humanos.

Nesse período, foram feitos 900 atendimentos socioassistenciais e 182 consultas e encaminhamentos pelo Ministério Público. Já a Defensoria Pública realizou 126 consultas e encaminhamentos, e o Sindicato dos Oficiais de Registro Civil de Minas Gerais (Recivil) atendeu cerca de 240 demandas de certidões e documentos, sendo que, deste total, foram emitidas 74 carteiras de identidade.

Para Fábio Júnior da Silva, de 38 anos, que vive nas ruas da cidade há dois anos, o Canto da Rua Emergencial resgatou sua dignidade e trouxe mais esperança para quem estava à mercê da pandemia. “O projeto, pra mim, é fantástico. Foi com carinho, amor, sentimento e grande humanidade que as pessoas enxergaram a gente. Nós, automaticamente, nos tornamos visíveis e estamos sendo muito bem cuidados”, destaca Fábio. Mineiro de Belo Horizonte, antes das medidas de isolamento social ele sobrevivia da venda de artesanato feito com sabão nas ruas da capital.

Fábio, que frequenta a Serraria todos os dias, celebra as melhorias na qualidade de vida das pessoas em situação de rua que a iniciativa tem proporcionado. “Vocês deram espaço para que nós fizéssemos daqui a nossa casa também. O projeto trouxe muitos benefícios para a gente, saúde, bem-estar, atendimento jurídico, assistência psicológica. Até atenção com nossos pets, que cuidam da gente e são cuidados por vocês aqui”, diz.

Diariamente, das 8h às 14hs, a população em situação de rua conta com serviços como lanche; banho e sanitários; troca de roupa; corte de cabelo e barba; atendimentos socioassistencial e jurídico; orientações e cuidados com saúde básica, saúde bucal e de prevenção à Covid-19; atendimento e cuidados à saúde dos pets; auxílio para emissão de certidões e documentação; e defesa e garantia de direitos. São admitidos grupos de 30 pessoas, que passam pela barreira sanitária onde casos sintomáticos são encaminhados imediatamente para atendimento.

Outras ações

O Canto da Rua Emergencial ainda se estende em outras ações pela cidade. Nesse período, foram hospedadas cerca de 140 pessoas e algumas delas, inclusive, reestabeleceram o vínculo familiar. Ainda permanecem hospedados 120 pessoas com a garantida de quatro refeições diárias, acompanhamento socioassistencial, promoção da saúde e direitos humanos.

Além disso, foram distribuídos cerca de 12 mil cafés da manhã, aos sábados e domingos, em regiões fora do hipercentro de Belo Horizonte. O projeto também já entregou 500 Kits Inverno, contendo uma barraca, um saco de dormir, um agasalho, dois pares de meia e uma mochila. A projeção é que, até o fim da ação, outros mil kits serão entregues à população de rua. Desde o início da ação, houve apenas sete encaminhamentos de casos suspeitos de Covid-19 entre os atendidos.

Sobre o #ARteSAlva

Iniciativa do Governo de Minas e Sesc em Minas, ao lado de mais de 60 parceiros da iniciativa privada e sociedade civil, o projeto foi lançado em 1º de junho. A ideia é criar uma rede de solidariedade e apoio aos profissionais da Cultura e Turismo, setores bastante impactados pela pandemia. O movimento reúne uma série de ações de auxílio às cadeias produtivas dos dois setores, por meio de articulação e reforço logístico a campanhas de arrecadação de doações, prestação de informações sobre acesso a políticas públicas, linhas de crédito, ações de capacitação, lançamento de editais e outras atividades.

Desde o lançamento, o #ARteSalva arrecadou 46,6 toneladas de alimentos, distribuindo 45,3 toneladas para 165 entidades, beneficiando 94 mil pessoas.

Saiba mais:

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Fotos: Isabella Monteira

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