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COMPULSÃO POR JOGOS

Especialista explica quando o lazer se torna uma doença e destaca os malefícios que esse comportamento causa, como: prejuízos financeiros, perda do trabalho e do próprio controle, entre outros

Assim como para Silvana, personagem representada por Lília Cabral, na novela A Força do Querer, o vício em jogos, especialmente os de azar é a realidade de muitos brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em sociedades urbanas desenvolvidas, 3% da população enfrenta problemas relacionados à compulsão, como dívidas ou desentendimentos familiares, e 2% são efetivamente doentes. Ainda de acordo com a OMS, 80% das pessoas fazem uma aposta, ao menos, uma vez ao ano.

O psiquiatra Valdir Campos, sócio da Gênesis – Centro de Tratamento da Dependência Química, esclarece que realizar apostas ou jogar por lazer e entretenimento não são uma doença. “Dizemos que uma pessoa pode ser jogadora patológica, quando o comportamento de jogar deixa de ser uma diversão, lazer e entretenimento e passa a ser um comportamento repetitivo na tentativa de amenizar a ansiedade e o mal estar de ficar sem jogar. Mesmo a pessoa tendo consciência das consequências danosas que podem advir desse comportamento”.

Os primeiros sintomas do vício podem surgir quando o individuo fica sem ter acesso aos jogos, como: ansiedade, nervosismo, angústia e inquietude. Até que ao retornar ao jogo o individuo obtém alivio desses sintomas.

Jogos eletrônicos

Além disso, há também o vício por jogos eletrônicos. Segundo o psiquiatra, como vivemos numa época de avanços tecnológicos, é natural que as pessoas desenvolvam hábitos, comportamentos e vícios associados ao uso de aparelhos eletrônicos. Para ele, um aspecto importante em relação ao jogo eletrônico é que ele traz uma satisfação mais rápida ao individuo. “Quanto menor o tempo entre uma aposta para outra, maiores as chances do jogo se tornar um vício”, completou.

Perdas e tratamentos

A compulsão por jogos pode causar várias perdas para o individuo. Os principais prejuízos estão relacionados ao isolamento afetivo e social, além do prejuízo financeiro. “O isolamento afetivo e social são muito comuns nos jovens, o que pode levar ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade. Já os prejuízos financeiros são os mais impactantes no caso de um pai de família, por exemplo, pois o baque financeiro pode comprometer os cuidados com todos”, explicou Valdir.

De acordo com o especialista, a dependência de jogos é similar a de álcool, tabaco e outras drogas. Assim, o individuo que tem a necessidade de jogar a todo instante de forma compulsiva com perda do controle, acaba comprometendo outras atividades da sua vida. Ele garante que é nesse momento que se deve buscar ajuda especializada.

Para tratar a dependência, inicialmente, o médico esclarece que individuo deve procurar ajuda de um psicólogo, que irá o auxiliar por meio da psicoterapia. “Em casos de paciente que apresentam algumas comorbidades como depressão, ansiedade, fobia, dependência de álcool e outras drogas, haverá a necessidade de tratamento psiquiátrico com o uso de medicações”, alertou o psiquiatra.

Fonte: Valdir Campos, médico psiquiatra e sócio da Gênesis - Centro de Tratamento da Dependência Química (www.genesismg.com.br).

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