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Do holístico ao pop: músico mineiro Thiago Peixoto transporta o handpan para o forró em novo single

“Hand Love” é o novo single do músico, que desde 2016 se dedica ao instrumento idiofônico; faixa tem vocais de Rafa Dias e chega às plataformas nesta sexta (13)

Em 2016, o músico mineiro Thiago Peixoto encantou-se pela sonoridade relaxante e pelas melodias sutis do handpan – variação plural para hang, instrumento da classe idiofônica criado em 2001 por Felix Rohner e Sabina Schärer na Suíça. O curioso instrumento percussivo é feito pela junção de duas meia-conchas de chapas de aço, assemelhando-se a um óvni, e pode ser tocado com as mãos ou com baquetas de xilofone. Thiago, que já praticava yoga na época, tinha visto aquilo no ambiente holístico e começou a pesquisar mais na internet. A partir dali, entrou a fundo no universo do handpan.

Hoje, seis anos depois desse primeiro contato, o músico está prestes a lançar seu segundo single composto no handpan. Intitulada “Hand Love”, a faixa que chega às plataformas digitais nesta sexta-feira, 13 de novembro, mostra o resultado da pesquisa de Thiago Peixoto, que acumula 20 de anos de carreira como baterista e produtor musical. A música, que conta com vocais de Rafa Dias, sintetiza a proposta do novo trabalho do músico: mesclar as melodias holísticas inerentes ao som do handpan com ritmos populares e, por que não, com estruturas de canção.

“Nas composições que fiz recentemente, tenho buscado incluir ritmos brasileiros que são mais familiares, para conectar as pessoas. Componho no próprio handpan, muitas vezes já pensando onde vai entrar a voz”, afirma Peixoto, ressaltando que a letra de “Hand Love” é do parceiro Ricardo Ulpiano. “Não conheço ninguém que leve o handpan para esse lado mais pop, talvez eu seja o precursor desta ideia”, completa o músico, que já tocou bateria com nomes como Érica Machado e Vander Lee.

O instrumentista ressalta que o single é “um forrózinho, um xote” sobre a “cultura de paz”. “Desenvolvi a música e mandei para o Ricardo criar a letra, que fala de amor, de evolução, de busca pessoal. Um tema mais existencialista”, conta. “Temos os instrumentos do forró, triângulo, zabumba e acordeon; e também o teclado, o baixo, a escaleta e o handpan. Chamei o Rafa Dias para cantar. Ele é um cara muito talentoso, que tem um timbre que encaixou muito bem na música”.

Em dezembro, Thiago Peixoto lança mais um single, que também percorrerá por ambientes sonoros brasileiros. Para o ano que vem, o músico planeja, quando for possível voltar aos palcos, um show com banda e participações especiais, que ainda está sendo desenhado. O primeiro trabalho solo do músico no handpan foi a faixa instrumental “Galaxy”, lançada em setembro deste ano.

Encontro com o handpan

Thiago Peixoto conta que descobriu o handpan por acaso, pela internet, por volta de 2015. “Comecei a ver vários vídeos e achei aquele som surreal. Mas não levei à frente a ideia de virar um handpan player. Isso só foi acontecer um ano depois, no Uruguai”, relembra.

Na ocasião, em turnê com Ricardo Ulpiano, em Montevidéu, viu uma versão menor do instrumento, feita com pequenos botijões de gás, e adquiriu um. “Comecei a aprender e, depois, comprei um maior, feito pela Pampeano Handpan. É uma empresa do músico e artesão Giancarlo Borba, instalada em Moeda (MG), com quem hoje tenho uma parceria muito bacana. É incrível que atualmente tenhamos uma produção nacional deste instrumento”.

Desde 2016, então, o músico começou a estudar o instrumento e a compor temas que motivaram o projeto “Convida”, que ele criou no You Tube durante a pandemia. “A ideia foi chamar parceiros para gravarem vídeos semanais comigo. Então, me vi ‘obrigado’ a compor uma música por semana, ‘na raça’”, explica, lembrando que participaram do projeto instrumentistas, vocalistas, dançarinas e até contadores de histórias.

>> Assista: Thiago Peixoto e Rafa Dias tocam “Hand Love” no projeto “Convida”

Em pouco tempo, o projeto chegou inclusive a render frutos. “O primeiro vídeo que fiz foi com o Breno Mendonça, saxofonista aqui de BH. Entramos juntos no edital do Webfestival Uno/Duo, da Vereda Produções, que teve uma parte virtual neste ano, por conta da pandemia. Passamos, e foi bem interessante” conta Peixoto. “Agora, vamos participar juntos de um outro festival instrumental, também virtual, direcionado para a terceira idade, que terá a participação de um contador de histórias”. 

Cultura de paz

O músico conta que a paixão pelo som do handpan foi ao encontro de sua relação com o yoga e a meditação, que começou há oito anos. “Me envolvi com o yoga e a meditação com o intuito de buscar o autoconhecimento. Um processo que já venho buscando há algum tempo”, afirma.

“No ano passado, fiz um curso para tornar-me professor. Um curso bem intenso, que durou todo o ano, e entendi que o yoga é uma filosofia de vida, mais que uma atividade para a manutenção do corpo e da saúde”, afirma Peixoto, que hoje é professor de yoga.

Segundo músico, a nova atividade, inclusive, o ajudou a atravessar os meses mais difíceis deste ano. “As aulas me ajudaram muito neste período de pandemia, já que não estou podendo tocar. Sem contar que é uma forma de fazer bem às pessoas, que estão em casa, estressadas”, conta. “Durante dois ou três meses também fiz lives semanais de respiração e meditação, que foram importantes para muita gente”.

Histórico

Thiago Peixoto começou a tocar bateria aos 13 anos. Começou profissional, acumula 20 anos de experiência. Estudou na Bituca – Universidade de Música Popular, onde foi aluno de bateria de Lincoln Cheib. Mais tarde, atuou como baterista substituto do renomado baterista na banda de Vander Lee. Tocou por muitos anos na banda da cantora mineira Érica Machado e ainda em grupos como o Lúdica Música, de Juiz de Fora, sem contar instrumentistas como Carlinhos Ferreira.

Na área da produção musical, foi assistente de estúdio junto a Tom Capone, durante a gravação de “Cosmotron” (2003), do Skank. No estúdio da banda, também trabalhou com nomes como Lô Borges, Sideral e Chaparral. Trabalhou ainda como técnico e engenheiro de som em estúdios como Polifonia e Acústico, entre outros, gravando com artistas como Sérgio Pererê e Vander Lee.  

Foto: Thiago Peixoto

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