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FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS RECEBE O VIOLINISTA ISRAELENSE VADIM GLUZMAN EM CONCERTOS QUE DESTACAM A MÚSICA DA RÚSSIA E DA FRANÇA

Rua Tenente Brito Melo, 1090 - Barro Preto

Sala Minas Gerais

(31) 3219-9000

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20h30


Nos dias 5 e 6 de dezembro, às 20h30, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais volta a se apresentar com o violinista Vadim Gluzman, que interpreta um dos concertos mais profundos do repertório violinístico: Concerto para violino nº 2 em dó sustenido menor, op. 129, de Shostakovich. A Orquestra ainda executa a Sinfonia nº 2 em dó menor, op. 17, "A Pequena Russa", de Tchaikovsky; e a Suíte Pastoral, de Chabrier, nos 125 anos de sua morte. A regência é do maestro Fabio Mechetti.

Antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o público poderá assistir aos Concertos Comentados. O palestrante da noite é Werner Silveira, percussionista da Orquestra e curador dos Concertos Comentados. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cidadania e Governo de Minas Gerais e contam com o incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Repertório

Emmanuel Chabrier (França, 1841 – 1894) e a Suíte Pastoral (1888)

Emmanuel Chabrier trabalhou por vinte anos no Ministério do Interior, em Paris, enquanto estudava seriamente piano, harmonia e contraponto com grandes mestres; compunha muito, mas a falta de estudos “oficiais” rendeu-lhe a fama de talentoso compositor diletante. Entre as contradições de sua vida e sua carreira estão o temperamento afável e um mordaz senso de humor; ao mesmo tempo que admirava profundamente Wagner, era um defensor da tradição musical francesa. Chabrier contava com a amizade de pintores e poetas e era reconhecido por Fauré, César Franck, Debussy e, sobretudo, Ravel. Ainda assim, foi um grande esquecido da música francesa. Na estreia de suas dez Pièces pittoresques, em 1881, César Franck declarou: “acabamos de ouvir algo extraordinário; esta música liga nosso tempo ao de Couperin e Rameau”. Sob esse aspecto, Chabrier insere-se na tradição dos grandes tecladistas franceses e confirma seu papel de precursor do pianismo de Debussy e Ravel, ambos seus admiradores declarados. Em 1888, Chabrier regeu as orquestrações de três obras de sua autoria, entres elas a Suíte Pastoral. Para formar essa Suíte, ele escolheu as peças de números 6, 7, 4 e 10 das Peças Pitorescas: Idílio, Dança do vilarejo, Na floresta e Scherzo – Valsa.

Dmitri Shostakovich (Rússia, 1906 – 1975) e o Concerto para violino nº 2 em dó sustenido menor, op. 129 (1967)

O compositor russo Dmitri Shostakovitch dedicou seus dois concertos para violino – op. 77 e op. 129 – ao amigo e compatriota David Oistrakh. Assim como ocorre nas demais obras concertantes de Shostakovich – dois concertos para piano, dois para violino e dois para violoncelo –, a primeira obra é mais brilhante e extrovertida do que a segunda e, consequentemente, mais tocada e conhecida. Nesses casos, o pessimismo e a introspecção das segundas produções refletem um compositor acossado pela política opressora do regime soviético. Sob os olhos da censura, Shostakovich inseria em sua música significados dissidentes e subversivos, e algumas de suas composições sofreram cortes e proibições. A mente liberal de Shostakovich era contrária a qualquer forma de opressão; altruísmo e solidariedade refletiram-se em muitas de suas obras. O singular Concerto para violino nº 2 utiliza material folclórico da cantata Stepan Razin, op. 119, que aborda uma revolta popular do século XVII.Menos um concerto tradicional e mais uma sonata acompanhada, no Concerto nº 2 o solista desfia um contínuo monólogo emoldurado pela orquestra. A voz humana, oprimida, sem poder falar, canta através do instrumento.

Piotr Ilitch Tchaikovsky (Rússia, 1840 – 1893) e a Sinfonia nº 2 em dó menor, op. 17, “A Pequena Russa” (1872, revisão 1879/1880)

Para Tchaikovsky, a sinfonia era, antes de tudo, uma obra confessional, à qual confiava todo o seu mundo interior. Nesse sentido, o universo de suas sinfonias apresenta enorme riqueza e variedade de sentimentos. Nelas, Tchaikovsky brilha principalmente pela intuição do poder expressivo da instrumentação e pela ciência magistral do equilíbrio sonoro de sua orquestra. Suas peculiaridades nesse domínio manifestam-se em detalhes, como o emprego do registro grave das madeiras ou a especial predileção pela trompa solista. Durante o verão de 1872, na casa de sua irmã Alexandra, em Kamenka (Ucrânia, ou Pequena Rússia), Tchaikovsky começou a composição de sua Segunda Sinfonia. Inspirou-se em melodias da região, o que explica o subtítulo da obra. Difere consideravelmente das outras sinfonias do compositor, substituindo-lhes o caráter confessional característico pelas alegres impressões de um músico que passeia por aldeias e participa de festas e danças populares. Concebida em quatro movimentos, a Segunda Sinfonia estreou em triunfo em Moscou. Por seus elementos folclóricos, a obra recebeu o apoio imediato dos compositores ligados ao famoso Grupo dos Cinco, de tendência nacionalista.

Foto:Marco Borggreve


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