Histórias

Gui Mazzoni idealiza obras de arte inusitadas por meio de sua lente criativa e atua no combate ao Covid-19

Gui

Belo Horizonte, 10/08/2020
Por Luiza Miranda

O médico, artista plástico e fotógrafo mineiro Gui Mazzoni, desde a infância foi inspirado por seu pai, também Gui Mazzoni, fotógrafo que registrou Minas Gerais há décadas, focalizando relevantes detalhes da cidade de Belo Horizonte. Nesta edição do “Renova”, o artista Gui Mazzoni (filho) aborda sobre seus trabalhos, inclusive nestes momentos de pandemia.

Gui Mazzoni desenvolveu a “Sonofotografia”, que contempla sua prática em medicina, arte e fotografia, pautada na obtenção imagens do próprio corpo do artista por meio de equipamentos de ultrassom, dentro de uma ótica estética, abrindo mão das câmeras convencionais para criar uma nova técnica fotográfica. O método mistura Arte e Ciência, possibilitando a criação de imagens com cores e ritmos, abrindo um leque que ultrapassa a análise das estruturas humanas.

Falar sobre sua obra é algo instigante, visto que a mesma apresenta uma técnica inédita, desenvolvida durante muitos anos de pesquisa. Resultam obras de beleza estética e criações artísticas originais.   As telas contêm figuras abstratas, remetendo o observador a uma geometria distorcida impregnada por tonalidades intensas ou escuras de criações modernas, que compõem com elegância qualquer ambiente.  

Gui Mazzoni é graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, onde cursou também mestrado em Ginecologia e Obstetrícia e doutorado em Saúde da Mulher. Sua trajetória profissional contempla congressos e cursos, entre eles, Masters' Degree in Business - MBA, na Fundação Getúlio Vargas. Estudou Artes na Escola Guignard e na Escola de Belas Artes da UFMG, além de cursos de fotografia. Trabalhando com diagnóstico por imagens através de ultrassonografia, há 29 anos, atualmente participa da equipe de ultrassonografistas da Eccos - Clínica da Imagem.

Realizou exposições em várias galerias, dentre elas, a da Assembleia Legislativa de MG, galerias da rede SESI em BH, Tiradentes e Ouro Preto e em Bray, na Irlanda. Atualmente, a Lemos de Sá Galeria de Arte, em Belo Horizonte, representa e divulga seu trabalho. Atuou também em artes cênicas como ator, autor e assistência de direção de diversos espetáculos teatrais.

O artista comenta, nesta edição, sobre suas atribulações durante os momentos cruciais originados pela pandemia:

“Além das atividades que desenvolvo, citadas acima, durante a pandemia assumi um novo cargo como coordenador médico da Rede Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), onde ajudo a coordenar médicos de vários hospitais da entidade. Temos batalhado com a Covid-19 e é uma situação cuja dificuldade todos conhecem. Dessa forma, precisamos estabelecer protocolos para atendimentos assistenciais relativos ao Covid-19, com equipes multiprofissionais. Necessitamos saber lidar também com as equipes das áreas administrativas, com os equipamentos médico-hospitalares e os EPIs - Equipamentos de Proteção Individual, entre outros.”

“Precisamos estudar as evidências científicas que vão surgindo no mundo todo, cujos conhecimentos se modificam muito rapidamente, porque é uma doença nova. Como o conhecimento não é perene, temos várias pesquisas e drogas sendo testadas para serem utilizadas. Tivemos aqui no Brasil uma característica muito negativa com relação à uma desorganização em nível federal na condução da pandemia e muita politização. Estamos acostumados a lidar com medicamentos sob o ponto de vista científico e não do ponto de vista político. A partir de pesquisas científicas avaliam-se a eficácia e segurança dos medicamentos que, caso positivas, começamos a utilizar, contrariamente, não será viável”.

“Apesar de todas as tarefas intensas, existe um lado muito prazeroso porque contribuímos com a sociedade que começa a entender a importância da área da saúde. Continuo com meu trabalho com ultrassonografia na Clínica Eccos, atendendo principalmente as grávidas, as urgências e os acompanhamentos das doenças, como tumores. E casos de avaliação periódica, visto que esse procedimento é muito importante porque não podemos nos preocupar somente com a Covid-19 e depois fazer diagnósticos tardios”.

“Como moro sozinho, inicialmente eu achei que esse momento seria muito difícil para mim, mas percebi exatamente o oposto. Eu tenho vivido a solitude de uma maneira muito bem resolvida e observado como é enriquecedor eu ser a minha própria companhia. Venho crescendo, amadurecendo, convivendo comigo mesmo de uma maneira muito bacana”.

“Devido ao fato de não podermos transitar em eventos sociais, em galerias de arte, algo que sempre gostei muito, temos que conviver com a gente mesmo e isso pode ser muito bom ou muito ruim, dependendo de como você está internamente. Acredito que a pandemia não tenha trazido grandes transtornos psicológicos, mas sim que as pessoas podem aflorar suas desordens por causa da pandemia, devido à necessidade de convívio mais intenso, onde os problemas não estavam aparecendo e passam a ser visíveis”.

“Do ponto de vista artístico, por exemplo, durante a pandemia tenho estudado bastante arte e fotografia, estou fazendo um projeto para pós-doutorado em arte e tecnologia, na Escola Guignard. Criei um escritório de fotografia na minha casa e estou montando equipamento potente para fazer tratamento de imagens e aproveitando esse momento para otimizar meu tempo e usufruir da tecnologia”.

“E a oportunidade também de fazer muitas reuniões produtivas tanto em arte, como também na medicina. Compartilhei de um evento muito interessante nomeado “Fotografias por Minas” e fui um dos fotógrafos convidados. Disponibilizamos fotos para serem comercializadas na internet e a renda toda foi revertida para ações sociais. Na medicina participei, assistindo e dando aulas, no projeto chamado “Compartilhando conhecimento”, da Escola de Ultrassonografia Imede, em Belo Horizonte”.

“Nesses últimos finais de semana fiz parte de um congresso internacional muito interessante, da Fundação de Medicina Fetal Latino América, além de webinares organizados pela Fetal Medicine Foundation com os principais professores mundiais de Medicina Fetal, do qual participaram cerca de 16 mil pessoas de todos os continentes. Esses cursos internacionais organizados só existiram dessa maneira por causa da pandemia”.

“Esse momento está sendo muito produtivo e não tenho muito a lamentar, pelo contrário, acho que estou usufruindo e fazendo algo que seja bom para a sociedade e para mim”, concluiu Gui Mazzoni.

 

Contatos:

Tel: (31) 3224-1799

E-mail: [email protected]

Instagram: @gui_mazzoni

Facebook - Gui Mazzoni

Eccos – Clínica da Imagem - www.eccos.med.br

Portfólio digital: behance.net (pesquisar Gui Mazzoni ou Sonophotography)

Fotos: Davi Mazzoni, Eugênio Gurgel, Tiago Cicarini e Viviane Tabosa
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