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JOÃO GRILO E CHICÓ NO PALÁCIO DAS ARTES

Espetáculo Auto da Compadecida, do grupo Maria Cutia, será apresentado na Campanha de Popularização

A obra Auto da Compadecida de Ariano Suassuna é, provavelmente, a peça de teatro mais popular do Brasil. A história de João Grilo e Chicó, suas desventuras e quiproquós, foi popularizada pela adaptação feita para a televisão, dirigida por Guel Arraes, e que teve recentemente reexibição em comemoração aos 20 anos de estreia da minissérie. Dirigida por Gabriel Villela (mesmo diretor de Romeu e Julieta, Rua da Amargura e Os Gigantes da Montanha, do Grupo Galpão), a adaptação feita pelo grupo mineiro Maria Cutia será apresentada no Palácio das Artes, nos dias 22 e 23 de janeiro, e nos dias 6 e 7 de fevereiro, no Sesc Palladium, dentro da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de Belo Horizonte.

Personagem clássica da dramaturgia brasileira, João Grilo, na montagem do Maria Cutia, é bem diferente daquele visto no filme. “João Grilo é um retrato fiel de um comportamento brasileiro em que o indivíduo tem que usar de artifícios para sobreviver. Na nossa peça, ele não é regionalizado, é mais universal, dando a impressão de que não se sabe muito bem de que lugar ele veio”, reflete o ator Leonardo Rocha que interpreta João Grilo.

O diretor Gabriel Vîllela, reconhecido pelo estilo barroco de seus espetáculos, na adaptação do Maria Cutia faz uma analogia estética entre a cor dos figurinos e a cor da água do rompimento das barragens de mineradoras em Minas. Esse traço contemporâneo é uma característica presente em todo o espetáculo. Apesar de já tratar no texto original sobre assuntos importantes como o racismo, a ganância, a exploração da fé alheia, na década de 50 quando a peça foi escrita, a adaptação mineira traz outra leitura sobre a obra de Suassuna, mais ligada aos acontecimentos do Brasil de hoje. “Esta é uma boa oportunidade para que as pessoas assistam a história da peça sob outra perspectiva, diferente daquela produzida pela televisão”, comenta a atriz Mariana Arruda que interpreta a Mulher do Padeiro e a Compadecida.

A montagem, que estreou em junho do ano passado no interior de São Paulo, já circulou por mais de 12 cidades pelo Brasil com um público superior a 10 mil espectadores.

Foto:Tati Motta

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