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CINE HUMBERTO MAURO realiza mostra CLÁSSICAS com exibição de filmes dirigidos por mulheres

Programação gratuita comemora Dia Internacional da Mulher, em diálogo com a exposição Narrativas Femininas - Sou aquilo que não foi ainda

O Cine Humberto Mauro, em correalização com a APPA – Arte e Cultura, apresenta um recorte de filmes dirigidos por mulheres de diversas épocas e países. A curadoria se pautou por uma seleção de obras reconhecidas como clássicas da história do cinema mundial, abrangendo, também, trabalhos mais recentes que tem ganhado atenção da crítica internacional. A programação contempla diretoras como Chantal Akerman, Ida Lupino, Marguerite Duras, Jane Campion, Sofia Coppola, Ava DuVernay, entre outras.

Até meados dos anos 1920 a presença de mulheres nos cargos de autoria narrativa e direção era bastante significativa, sendo considerada equivalente à dos homens. Quando o cinema estadunidense passa a ser e a representar um negócio lucrativo, que culminou com o sistema de produção industrial próximo do que conhecemos hoje, as mulheres foram excluídas dos lugares de criação e comando.

Dorothy Arzner, uma das poucas artistas que sobreviveram a esta transição, marca presença na mostra com o filme A Vida é uma Dança (1940), um dos marcos da era de ouro de Hollywood, que demonstra a sua enorme capacidade em abordar assuntos polêmicos, como traição e desejo feminino, mesmo sob o julgo da censura no auge do Código Hays - conjunto de normas morais aplicadas aos filmes lançados nos Estados Unidos entre 1930 e 1968 pelos grandes estúdios cinematográficos. Com ares de uma comédia burlesca, A Vida é uma Dança (1940) ficou conhecido por ser um tratado sobre a condição da mulher em uma sociedade machista e conservadora.

Já nos anos 50, a curadoria destaca O Mundo é o Culpado (1950), de Ida Lupino, roteirista e diretora inglesa, que foi a primeira mulher a dirigir um filme noir e a segunda a ser filiada ao Sindicato de Diretores de Hollywood (a primeira foi Dorothy Arzner). O estilo de Ida Lupino é marcado por seu rigor formal e por realizar uma apropriação particular do gênero noir. O Mundo é o Culpado (1950) aborda o estigma sofrido pela protagonista após ser vítima de violência sexual.

No contexto brasileiro, a mostra destaca a carreira de Gilda de Abreu, que roteirizou e dirigiu o filme O Ébrio (1946), uma das maiores bilheterias do cinema brasileiro, baseado na canção homônima do seu então marido Vicente Celestino. Infelizmente, assim como várias outras diretoras, a carreira de Gilda Abreu enfrentou diversos percalços que culminou no fato de não ter conseguido emplacar nenhum outro sucesso comercial à altura do seu primeiro filme.

A maioria dos filmes presentes na mostra apresenta narrativas que destacam o protagonismo da mulher diante do seu próprio destino, como Jeanne Dielman (1975), de Chantal Akerman, que apresenta o cotidiano exaustivo de uma dona de casa como um gesto político. Estarão na mostra, também, clássicos como Cléo das 5 às 7 (1962) de Agnès Varda e O Piano (1993), de Jane Campion, eleito pela BBC o melhor filme dirigido por uma mulher.

Na seleção de novos clássicos, os destaques ficam com Matrix (1999), de Lana Wachowski e Lilly Wachowski, obra emblemática e influente do cinema de ação e ficção cientifica e com as cinebiografias Frida (2002), de Julie Taymor, sobre a Frida Khalo, e Selma – Uma Luta Pela Igualdade (2014), dirigido por Ava DuVernay, sobre Martin Luther King Jr.

HISTÓRIA PERMANENTE DO CINEMA ESPECIAL

Como atividade de formação de público, a abertura da mostra que exibe os clássicos Folhas Caindo (1912), de Alice Guy Blanché e A Vida é uma dança (1940), de Dorothy Arzner; seguida de debate com Mariah Soares, curadora do Cineclube Aranha e produtora do Cine Humberto Mauro. A sessão acontecerá no dia 27 de fevereiro às 16h.

Sessão de Curtas Especial ARTEMINAS

Em diálogo com a programação especial de encerramento da exposição ARTEMINAS Narrativas Femininas - Sou aquilo que não foi ainda, a mostra apresenta uma sessão de curtas metragens de diretoras de Belo Horizonte, premiados em diversos festivais nacionais e internacionais nos últimos anos. A exibição acontecerá no dia 7 de março às 17h30.

Foto: Divulgação

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