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"O amor, o elo, a pureza do olhar, a simplicidade e a luta para manter a sensibilidade em meio às dificuldades de quem vive a realidade das favelas”. É assim que Marquim D’Morais define o projeto tipográfico do livro de poemas “Os favela também ama!", sua mais recente obra. Cria do Aglomerado da Serra, terceira maior favela do país, o autor usa os simbolos e a constante reconstrução do lugar em que vive para se reinventar.

A publicação de 32 páginas traz reflexões acerca da necessidade de se manter sensível mesmo diante da dureza da vida de um favelado, abordando todas as barreiras e construções culturais que dificultam a expressão do amor, de maneira pura e sem amarras. Com o lançamento, Marquim busca, além de alimentar seu sonho, instigar outras produções do tipo em sua comunidade, onde é referência cultural por sua trajetótia artística musical e literária.

O livro é muito mais do que a impressão das ideias de um indivíduo, é um chamado para que a sociedade mude seu olhar sobre a favela. Para isso, quebra conceitos e padrões, revelando que a vida na comunidade vai além do recorte midiático. Os versos, sensíveis e intensos, clamam por um mundo mais amoroso e verdadeiro.

Sobre o proesso criativo, Marquim D’Morais conta que foi muito natural: “As vivências afloram e direcionam o fazer artístico de maneira fluida. E, se tratando de um tema tão complexo e sensível, a imprecisão do amor furou a fila das publicações”. Pode-se dizer que a obra atual é uma continuação do seu primeiro livro “Contextos de um favelado”. O autor conta que o volume foi escrito em uma semana e o desejo de publicação veio da inquietação de que o amor não pode esperar. “Amar é uma urgência e a gente tem que alimentar o espirito com esse sentimento, que ao longo da vida é intento corrompido”, finaliza.

O lançamento da obra está marcado para o próximo sábado, 06/04, às 17h, no Espaço Collab Favela e tem a entrada franca. Além de poder adquirir um exemplar por R$ 15,00 (quinze reais), dois shows prometem entreter o público: o de Marquim D’Morais, que interpreta seu álbum “Do Alto do Morro”; e o de Shelby Ouattara, uma cantora belga que decidiu aprender português para compor e cantar no idioma, além de músicas autorais em inglês, francês e espanhol, a convidada traz ao evento suas origens afro-europeias e suas inspirações latinas. Está imperdível!

Foto: Divulgação