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Festa dos Pretos-Velhos da praça 13 de maio, em BH, poderá se tornar patrimônio imaterial da cidade Tradicional festejo será realizado no dia 11 de maio, a partir das 18h

O tradicional festejo denominado “Noite de Libertação”, que acontece há 37 anos na praça 13 de Maio, no bairro da Graça, em Belo Horizonte, e que reúne centros de Umbanda da capital mineira e região metropolitana, está prestes a se tornar patrimônio imaterial da cidade. O estudo está em curso junto à Secretaria Municipal de Cultura/ Fundação Municipal de Cultura, com previsão para ser analisado pelo Conselho do Patrimônio nos próximos meses. “Esse reconhecimento trará mais visibilidade para a cultura do povo de terreiro. Vamos celebrar e reviver toda a natureza e a resistência de nossa ancestralidade”, declara Pai Ricardo (Ricardo de Moura), presidente da Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente, uma das organizadoras do evento e um dos mais antigos e tradicionais centros de Umbanda de Belo Horizonte, hoje com 52 anos. A festa será comemorada este ano no próximo sábado, dia 11 de maio, a partir das 18 horas, como em todos os anos, na praça 13 de Maio, no bairro da Graça, conhecida também como praça do Preto-Velho, por ter uma imagem desta entidade.


O 13 de maio é o dia que foi assinada lei Áurea, mas a celebração busca relembrar e valorizar a resistência de um povo que foi escravizado. "Ressaltamos com a festa a força da ancestralidade do povo negro, através da qual divulgamos nossa cultura e nos protegemos dos constantes flagelos que sofremos. A celebração homenageia os Pretos-Velhos, guias espirituais da Umbanda, e é uma oportunidade de alertar para as agressões que as religiões de matriz africana vêm sofrendo com a intolerância religiosa. Assim, é uma festa muito aguardada pela comunidade umbandista mineira, com todos os terreiros convidados, sendo esperadas mais de 400 pessoas”, afirma Pai Ricardo.


Como funciona
A festa do Preto-Velho na praça 13 de Maio recria no espaço público o ritual que é realizado dentro dos terreiros. Os centros de Umbanda que integram a festa se reunirão na praça recebendo o público com atabaques, incensos, cantigas, orações, comidas típicas e passes, tudo distribuído gratuitamente. A praça será limpa antes e depois da festa. “No momento que acabar o evento vamos varrer tudo. Não queremos deixar uma praça suja para incomodar os vizinhos no dia seguinte. A Umbanda é natureza, temos que preservar o ambiente onde estivermos”, explica Ricardo de Moura. Cada centro de Umbanda levará suas comidas típicas para distribuir para a população. “Queremos divulgar a expressão de nossa religiosidade e cultura, quebrando preconceitos”, diz Ricardo de Moura.

Muitos dos Pretos-Velhos que trabalham na Umbanda hoje foram escravos quando encarnados no Brasil, e daí a ligação desses espíritos com a luta pela libertação do povo negro.

Foto: Ramon César

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