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Quarta Queer – Mostra apresenta diversidade da arte LGBTQIA+ com programação no Teatro Francisco Nunes

A arte é, desde sempre, uma ferramenta de expressão poderosa e essencial para a construção de narrativas que podem tanto reforçar quanto quebrar antigos paradigmas. Partindo dessa premissa surge a mostra permanente Quarta Queer, que  vai reunir, sempre na última quarta-feira de cada mês,  trabalhos de artistas LGBTs em uma  programação que celebra a diversidade das manifestações artísticas em suas múltiplas possibilidades discursivas. A mostra começa em junho e segue até novembro de 2018.

Os encontros têm o objetivo de ampliar a visibilidade da arte produzida por pessoas LGBTs para além dos seus públicos habituais, promovendo discussões acerca da arte que foge dos padrões heteronormativos e evidenciando  todo um panorama artístico-cultural LGBT da cidade de Belo-Horizonte.  A primeira edição acontece no dia 27 de junho, na véspera do dia Internacional do orgulho LGBT, abrindo a semana que antecede a Parada LGBT 2018 de Belo Horizonte.

A Quarta Queer acontece de 13h às 22h, no Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, s/n – Centro/ Parque Municipal Renné Giannetti – Belo Horizonte/MG).  A programação conta com atividades como o  Atêlie Aberto, Queerfeira,  performance de Ana Luiza Santos  e das Mães pela diversidade e ainda apresentação dos blocos que compõem o Fecha a Santa. A entrada na edição de abertura é gratuita.

Construção Coletiva e plural

Idealizada pela plataforma artística Beijo no Seu Preconceito a Quarta Queer é, como definem os organizadores, “uma mostra artística que concilia artistas, pesquisadoras, ativistas, acadêmicas e público numa rede de pesquisa, criação e reflexão acerca das estratégias de resistência e expressão cultural LGBTQIA+, e suas possíveis contribuições às artes e à cidadania, reconhecendo na arte seu potencial transformador”, explica  Igor Leal, um dos organizadores do evento.

 

O objetivo é que a mostra torne-se parte do calendário cultural da cidade, evidenciando as várias estéticas presentes nas artes LGBTs. “É uma dessas experiências que busca expandir, por meio da arte, as percepções sobre o outro e sobre os espaços de convivência e de formação das sensibilidades”, conclui Igor Leal.

A Mostra tem como parceiro o NUH - Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da  Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Centro Universitário UNA, Mercé – soluções culturais, a Cia. Luna Lunera, o bar Zona Last, e a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte através da Secretaria Municipal de Cultura e da Diretoria da Promoção das Artes.

Curadoria
Para compor a curadoria da mostra, foram convidados artistas  de diferentes linguagens, pesquisadores e ativistas LGBTIQA+, para  construir a programação artístico-cultural das quartas-feiras de ocupação do Teatro Francisco Nunes.

Fazem parte da curadoria o diretor e ator Cláudio Dias, a performer Ana Luisa Santos, o ator e dramaturgo de teatro negro Anderson Feliciano, o cineasta do Núcleo de experimentação em Cinema LGBT (NECA) Cléo Magalhães, o pesquisador e historiador Luiz Morando, a artista plástica transexual Babi Macedo, o poeta e representante do Slam Clube da Luta/Coletivoz, Rogério Coelho e o coletivo ativista Mães Pela Diversidade.  O projeto pretende ser um espaço de encontro, formação e produção de conhecimento, de novas linguagens, referências ético-estéticas e relações afetivo-políticas de promoção dos Direitos Humanos ligados à sexualidade e às questões de gênero, assim como seus cruzamentos com outros fatores como raça e classe.

 

PROGRAMAÇÃO DO DIA 27 DE JUNHO

 

13h-15h – Residência Quarta Queer - Ateliê aberto

O objetivo da residência é utilizar o espaço do teatro Francisco Nunes como ateliê aberto para que artistas desenvolvam suas pesquisas pessoais e que o resultado desse processo componha uma exposição coletiva ao final do projeto em local ainda a definir. Haverá uma convocatória para a ação.

 

15h - Hasteamento da Bandeira LGBTIQ+ 

O ato é uma ação simbólica e ilustrativa de afirmação e honra a luta pela livre orientação sexual e marca as atividades da Quarta QUEER em um espaço público.

A Bandeira LGBTIQ é um dos grandes símbolos da luta contemporânea por um estado democrático, e é uma maneira de exaltação e de afirmação de que, para além das tarefas de desenvolvimento econômico e social, possamos valorizar e dar importância a toda expressão simbólica não heterossexual na formação da cultura.

 A ação indaga as práticas nacionalistas contemporâneas no cenário brasileiro, levando os transeuntes a refletir sobre os projetos de sociedade que queremos e que vivenciaremos na Quarta Queer.

15h – Abertura Queerfeira

Ação inédita na cidade – A Quarta Queer vai Incentivar empreendedorismo de sujeitos LGBTIQ e estimular as redes de colaboração e de economia criativa. O objetivo é construir um espaço de respeito, dignidade e acolhimento para expositores e produtos LGBTIQ

 

15h - Jogo do Brasil comentado pelo BHARBIXAS

O jogo será comentado pelo time de futebol LGBTQ+ BHARBIXAS. A ação destaca a "espetacularização" e "teatralidade" da copa. O BHARBIXAS é tem a proposta de promover a diversão, liberdade de expressão e a diversidade através do esporte.

15h às 22h -Mix da Zona –

Ponto de encontro aberto durante toda a programação

17h-19h – Ponto de encontro com Dj Papito –

19h – Fálica, Performance de Ana Luisa Santos - Teatro

A performer realiza experimentos coreográficos com um dildo elétrico gasoso promocional, de forma a compartilhar possibilidades queers de leituras fálicas. Nessa performance, Ana Luisa Santos interage com uma biruta, um tipo de equipamento promocional composto por um tubo de tecido que é acoplado em um exaustor elétrico.  A ação é uma continuidade da série de trabalhos sobre as masculinidades, que inclui as dramaturgias de “Espécie”, “Viril” e “Queda Livre”(inédita).

Performer e escritora, Ana é mestre em Comunicação Social/UFMG e Pós-Graduada em Arte da Performance/FAV, atua também como curadora em artes da presença na realização de exposições e residências artísticas, núcleos de pesquisa e criação, atividades de formação e política. Desenvolve trabalhos para teatro e dança, com destaque para dramaturgia e figurino. É idealizadora do PERFURA \ ATELIÊ DE PERFORMANCE e co-diretora da plataforma O QUE VOCÊ QUEER. Artista indicada ao Prêmio PIPA 2017. Vive e trabalha em São Paulo.

19h30 - Celebração de um ano das Mães pela diversidade 

A Quarta Queer promove o encontro entre o Coletivo Montarya e as Mães Pela Diversidade. O momento festivo será encerrado às 22h com a bateria do Fecha Santa. 

 O movimento Mães Pela Diversidade comemora 1 ano de existência em MG. Nessa travessia, dezenas de mães que se descobriram militantes ao saírem não do armário, mas de uma prisão imposta por uma sociedade cruel e preconceituosa com suas filhas e filhos. Furamos a bolha em que vivíamos e um mundo cheio de cores e de dor se abriu diante de nós. Quem pensou que mãe não sabe dar close e se divertir com alegria enganou-se. Aqui o amor transborda e se transforma em ação! Tirem o preconceito do caminho pois já estamos passando com o nosso amor.

20h - Fecha Santa - Largo do Teatro  

 Frente Autônoma LGBT e o coletivo Beijo no seu Preconceito se juntaram em 2017 aos blocos carnavalescos Alô Abacaxi, Garotas Solteiras e Corte Devassa criando o Fecha a Santa, encontro de blocos que encerrou o carnaval de Belo Horizonte no domingo pós carnaval na praça Raul Soares. Essa parceria se repetiu com hesito na Parada do Orgulho LGBT de 2017 e no carnaval de 2018. Na Quarta Queer, vamos colocar de novo esse grande e diverso bloco na rua, ou seria no Chico Nunes, e fazer mais uma grande bateria unificada. Farão parte deste encontro os blocos Alô Abacaxi, Garotas Solteiras, Então Brilha, Angola Janga e Faraó. Esse encontro também acontecerá na Parada do Orgulho LGBT de 2018.

Foto: Marco Aurélio Prates.

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