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Grupo mineiro Quartatela apresenta Eclipse Solar no Rio de Janeiro dia 13/09

No dia 13 de setembro de 2019, às 19h, o grupo Quartatela se apresenta no Teatro Sesi Firjan, no centro do Rio de Janeiro, com o espetáculo Eclipse Solar. O trabalho é o único representante do estado no FESTU 2019, Festival de Teatro Universitário que chega à sua 9ª edição na capital carioca e que recebeu neste ano centenas de inscrições nacionais e internacionais. Maior mostra teatral do gênero no país, pelo Festu já passaram diversas artistas que hoje são referência nas artes cênicas do Brasil e do mundo.

 

Para viabilizar a viagem até o Rio de Janeiro, a Quartatela realiza um financiamento coletivo na plataforma Catarse, com objetivo de arrecadar o dinheiro que possibilitará transporte de elenco, equipe, figurinos e cenários da peça até o festival carioca. Com três temporadas de sucesso em Belo Horizonte, no Teatro João das Neves, na Funarte MG e no Francisco Nunes, o grupo segue na busca de levar sua proposta de teatro e cinema ao vivo, em diálogo com as questões políticas, existenciais e artísticas abordadas na peça, para outras partes do país. O financiamento está disponível no endereço: https://www.catarse.me/espetaculoeclipsesolar

 

A peça conta com a direção de Ricardo Alves Jr, cineasta e roteirista mineiro premiado internacionalmente, e que já trabalhou com nomes como Bárbara Colen e Grace Passô, atrizes oriundas do Cefart/Fundação Clóvis Salgado, mesmo espaço onde a Quartatela se formou. Elogiado por público e crítica, Eclipse ganha visibilidade num período adverso para o ofício da arte no Brasil. Carência de patrocinadores na área da cultura, cortes de investimentos públicos no setor, além de uma forte desvalorização do teatro enquanto profissão, são desafios que levaram o jovem coletivo a se reunir, entendendo a necessidade desse encontro como força para a manutenção do teatro na cidade, inspirado pela história do Grupo Galpão e de outros mais recentes, como Luna Lunera, Espanca e Toda Deseo.

 

Em Eclipse Solar, o elemento vídeo tem gravação e transmissão ao vivo, utilizando a linguagem da projeção para trabalhar um teatro de cinema, com uso do primeiro plano, de forma que o público veja o máximo de expressão das atrizes e dos atores no palco. A linguagem cinematográfica está também nas luzes, na espacialização e na utilização sonora, além da projeção de vídeos, apresentados como uma espécie de cartas para o futuro que se conectam, também, com o presente. Com dramaturgia de Germano Melo, a montagem retrata, por meio de uma narrativa fragmentada, o cotidiano de uma cidade imaginária, a Cidade dos Exilados, para onde acorrem expatriados ávidos por preservar a liberdade do pensamento, dos corpos e da imaginação. São pessoas que esperam um acontecimento extraordinário, o eclipse total do sol, enquanto divagam sobre a existência e o desejo de ser. 

 

O espetáculo traz referências visuais e sonoras da década de 1980, com canções como “Total Eclipse of the Heart” (Bonnie Tyler), “I Love to Love” (Tina Charles) e “I Feel Love” (Donna Summer). O período foi escolhido pela sua possibilidade de vislumbre de um mundo democrático, com a queda do muro de Berlim e regimes autoritários em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. Trata-se de uma era da liberdade de expressão, da liberdade sexual, dos corpos bailando ao som da disco, da consolidação do rock como gênero musical e modo de vida. Mesclada à trilha sonora mecânica, as atrizes e atores também interpretam grande parte das composições ao vivo.

 

SOBRE A QUARTATELA

A Quartatela é uma reunião de atrizes e atores que atuam em música, dança, cinema, literatura e educação, investigando o teatro em diferentes linguagens. O grupo surge em Belo Horizonte, no Curso de Teatro do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), da Fundação Clóvis Salgado/Palácio das Artes. Formado pelas artistas Bremmer Guimarães, Caroline Cavalcanti, Eduarda Fernandes, Gabriela Veloso, Lorena Fernandes, Lucas Nicoli, Marianna Callais, Paula Amorim, Pedro Lanna e Rafael Batista, o grupo é composto por atrizes e atores com formações em múltiplas áreas, buscando as conexões entre teatro, cinema e música em sua pesquisa de linguagem.

 

Ainda no Cefart, o grupo apresentou o espetáculo de formatura ”Há Algo de Podre no Reino da Dinamarca”. Com direção de Rogério Araújo (Grupo Armatrux) e dramaturgia de Vinícius Souza (Janela de Dramaturgia), a peça estreou no Teatro João Ceschiatti,  em cartaz do dia 28 a 15 de julho de 2018. O grupo foi também responsável pela inauguração, em dezembro de 2018, do Teatro João das Neves, da Fundação Clóvis Salgado, apontado como um novo espaço de resistência da classe artística da cidade. Eclipse Solar, com direção do cineasta Ricardo Alves Jr, lança o grupo profissionalmente e já tem apresentações previstas no 2º semestre de 2019, no Teatro Francisco Nunes, e no Rio de Janeiro, na programação do Festu.

 

SOBRE RICARDO ALVES JR

Formado pela Universidad del Cine em Buenos Aires. “Elon não Acredita na Morte” (2016), seu primeiro longa metragem, foi selecionado para a competição do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde recebeu o prêmio de melhor ator para Rômulo Braga, e exibido nos seguintes festivais internacionais: Festival de Cinema de Macau (prêmio de contribuição artística), Rotterdam, Cartagena, IndieLisboa, Bafici, entre outros. É produtor do “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” prêmio do Júri da Un Certain Regards no festival de Cannes de 2018. “Vaga Carne” é seu último filme co- dirigido com Grace Passô, teve estreia como filme de abertura na mostra de cinema de Tiradentes 2019. Diretor dos curtas metragens “Material Bruto” (2006), “Convite para Jantar com o camarada Stalin” (2007), “Permanências” (2010), “Tremor” (2013) e “Russa” (2018), seus trabalhos participaram e foram premiados em diversos festivais nacionais e internacionais como: Competição Oficial do Festival de Berlim, Semana da Crítica do Festival de Cannes, Festival de Locarno, Oberhausen, Havana, Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Festival do Rio, entre outros.

 

No teatro, dirigiu “Discurso do Coração Infartado”, projeto contemplado pelo prêmio Myriam Muniz da Funarte, que realizou temporadas nas cidades de Belo Horizonte, São Paulo e Brasília. Em 2014, dirigiu “Sarabanda”, livre adaptação do último filme de Ingmar Bergman, realizado pela Mostra Bergman-Instante de Eternidade da Fundação Clóvis Salgado. Em 2016 realizou a montagem da peça “Num Ano com Treze Luas” de Rainer Werner Fassbinder. Sua mais recente direção é a co-produção entre Brasil/Paraguai “Cine Splendid” em 2017, projeto contemplado pelo Iberescena, sendo apresentado no Festival MIRADA e no Sesc Ipiranga/SP.

Foto: DIvulgação

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