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Especialistas em educação e ações humanitária buscam soluções pedagógicas para situações de crise

Crises humanitárias, que até há pouco tempo só nos chegavam por meio do noticiário internacional, estão cada vez mais perto de nós. A crise da vizinha Venezuela já é a causa do maior êxodo do continente sul-americano, com mais de quatro milhões de pessoas em condições de refúgio nos países vizinhos, entre eles o Brasil.

Quase metade das pessoas que fugiram da crise venezuelana é formada por crianças, o que abre um flanco de vulnerabilidade social e humana ainda maior. Pensar e executar frentes educativas como resposta humanitária a essas demandas é a tônica do “Seminário de Educação em Situações de Emergência e Respostas Humanitárias”, promovido pela Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), de 31 de outubro a 3 de novembro, no município mineiro de Carmo da Cachoeira, sede da FFHI, a cerca de 300 km de Belo Horizonte.

O evento

Palestras, mesas redondas, rodas de conversa, oficinas, vivências e mutirões práticos, vão reunir educadores de diversas linhas pedagógicas. São pessoas e instituições que se congregam na construção do bem comum e da cultura de paz, além de oferecer aos participantes e colaboradores uma experiência que capacite e sensibilize para a temática humanitária no âmbito da educação.

Segundo o gestor geral da FFHI e um dos palestrantes do encontro, Frei Luciano, teorias educacionais regulares não são úteis em situações de emergência, como os abrigos para refugiados venezuelanos administrados pela FFHI em Roraima. “Crianças que sobreviveram a um terremoto ou escaparam de uma zona de guerra, muitas desacompanhadas de seus pais, exigem outras abordagens pedagógicas para que as feridas da alma, derivadas das motivações que as levaram ao refúgio, possam ser tratadas”, atenta.

Frei Luciano observa que o seminário pretende levar a educadores e à sociedade a reflexão de que o futuro de uma geração poderá ser melhor cuidado se, em meio à resposta humanitária, aspectos existentes no mundo subjetivo das crianças forem devidamente cuidados. “A ideia é que os traumas e desgastes inevitáveis advindos de emergências ou deslocamentos forçados das famílias de seus lares e ambientes naturais possam ser dissolvidos antes de se enraizarem no corpo emocional ou em níveis mais profundos, e que podem no futuro, vir a emergir e interferir no desenvolvimento normal desta criança”.

Foto:Divulgação

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