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Espaço e programação construídos pela pluralidade

Voltado para a coletividade e para a valorização do artista mineiro, o Yanã acolhe corpos socialmente excluídos e reverte totalmente a entrada da portaria para os artistas

Abrigar identidades marginalizadas e valorizar o artista independente reflete a essência do Yanã, um espaço totalmente comandado e construído por mulheres, que integra gastronomia e cultura em Belo Horizonte. Atualmente, nove mulheres estão diretamente envolvidas na construção de uma casa plural, que fomenta o debate sobre respeito e direitos de corpos socialmente discriminados. 

A experiência de acolher um público socialmente excluído e o artista mineiro independente vem trazendo reflexões importantes. Primeiro, por levantar questionamentos sobre  a deficiência de espaços culturais na cidade que dialoguem sobre a liberdade da singularidade humana e o comportamento discriminatório. Segundo, porque pensar em um lugar plural é pensar na coletividade dentro desse espaço. 

No Yanã, toda a portaria da casa é revertida para os artistas que lá se apresentam. Segundo a sócia Carol Pacheco, o espaço nasceu com a proposta de coletividade e de valorização de artistas, equipe e público. “Construímos este lugar pautado na pluralidade e nosso desejo de ser um espaço que acolhe a diversidade se materializa com a presença dessas pessoas na casa. Para se tornar um espaço de cultura real e de direitos, o primeiro ponto é valorizar o trabalho do artista e nada mais justo do que a portaria sempre ser totalmente direcionada para eles”, comenta.

A semana de Yanã

Semanalmente, a casa apresenta uma programação diversa com shows, festas, oficinas, exposições, roda de conversa e feiras artesanais. Nesta quarta-feira (6), a partir das 21h, a dupla Dois Lados, formada pelas namoradas Jéssica Senhorini e Letícia Damaris, prestam uma homenagem à cantora lésbica Ana Carolina no projeto Noite Atemporal. Compositoras e instrumentistas, Jéssica e Letícia, que já têm quatro álbuns autorais, apresentam releituras especiais das principais canções da mineira de Juiz de Fora. 

Quinta-feira (7), Analu Braga, Iara Andrade e Isadora Luz dão corpo ao Baião D3. O trio se reúne para interpretar músicas regionais tradicionais e atuais, a partir das 20h. Na sexta (8), a partir das 20h, é dia de Fervo no Yanã. A festa recebe Gabi Nas, do Batekoo, junto com os residentes Pedro HBS, Davi D’Bartolo e Fifis. 

Sábado (9), Isabella Figueira e Débora Ventura, da banda Dolores 602, incorporam a dupla sertaneja Pedro & Bino para fazer a Xoxote-se. No som, clássicos do forró e estradeiros e na pista, correio elegante a partir das 21h. A tradicional festa de Belo Horizonte é voltada para mulheres cisgêneras ou transgêneras, sejam elas lésbicas ou bissexuais, mas, claro, os rapazes também são bem-vindos. 

Para encerrar a semana, no domingo (10) a casa recebe pela segunda vez a feira Mercatus, a partir das 12h, e show de Elisa Pretinha, a partir das 16h. Negra e lésbica, a cantora, instrumentista e compositora é formada em educação musical e atua na equipe de professores de música da escola integrada do governo. 

Foto:Divulgação

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