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Cenário da Serra colore o Beco Santo Antônio com música e grafite

Além de promover a pintura de um mural coletivo, visível de várias partes da Serra, festival reúne shows, oficinas, debates e uma caminhada ecológica no Aglomerado

Belo Horizonte vai ganhar um enorme mural coletivo de arte urbana. Em 16 e 17 de novembro, o festival Cenário da Serra ocupa o Beco Santo Antônio, no Aglomerado da Serra, com diversas atividades culturais, que se estendem ao longo dos dois dias. Na programação, tem shows de rappers como Fabrício FBC, Hot e Oreia e Mac Júlia, som na pista com a DJ Rafa Brasil, MC Laranjinha e os DJs de funk Menor da Serra e WS da Igrejinha; oficina de grafite, debate e até uma caminhada ecológica. O mural será pintado por 65 grafiteiros que se inscreveram para fazer uma sopa de letras, além de receber intervenções dos artistas Clara Valente e Ronaldo Gentil. Toda a programação é gratuita.

Os 65 artistas se inscreveram em uma convocatória online e, agora, irão dar mais vida ao enorme muro de arrimo localizado no Beco Santo Antônio. O grupo fará uma “Sopa de Letras”, tradição da arte de rua, em que diversos grafiteiros pintam palavras no muro, uma ao lado da outra. Quem não conseguiu se inscrever também poderá participar: uma parte do muro, que tem quase 1 km de extensão, ficará aberta para aqueles que quiserem levar seu próprio material e pintar.

“Tivemos a ideia de fazer uma sopa de letras para conseguir chamar um número maior de pessoas para essa interação. E também para valorizar tanto um artista que já está no mercado quanto um artista de rua ou um garoto que ainda está começando. Nesse tipo de evento, o cenário cresce muito porque um aprende com o outro e leva isso pra frente. A gente abriu a lista de inscrição com 65 vagas e selecionou os que chegaram primeiro. Tem artistas conhecidos e desconhecidos”, conta Luan Brasil, grafiteiro e idealizador do evento ao lado da avó Cristina Brasil.

Além deles, Clara Valente e Ronaldo Gentil também farão intervenções artísticas no muro. Quem mora na capital mineira já deve ter se deparado com os trabalhos de Clara Valente. Formada em Artes Plásticas com ênfase em pintura e desenho pela Escola Guignard, seu trabalho apresenta paisagens lúdicas e libertinas em geometrias orgânicas, fazendo constantemente referência às montanhas de Minas Gerais. Já Ronaldo Gentil é um artista de rua capixaba, organizador de diversas sopas de letras e realizador do Encontro Nacional de Graffiti Origraffes, no Espírito Santo.

Nos dois dias de evento, interessados em aprender a arte do grafite poderão participar de uma oficina gratuita, que vai durar de 16h às 18h. Quem vai ministrar a aula é Goma, grafiteiro, fundador da loja Real Grapixo e um dos mais conhecidos artistas urbanos de BH. Na oficina, ele vai compartilhar com os alunos um pouco do seu conhecimento adquirido em mais de 20 anos de experiência. Não é necessário se inscrever previamente para participar.

A programação musical também mostra a força da cultura hip hop em BH. No sábado, a programação começa com show do Diquebrada.Rec, grupo formado no estúdio de mesmo nome, localizado na Serra. Em seguida, tem apresentação de Mainart e Paiva, jovens MCs de trap, da periferia da Zona Leste. Às 16h30, os MCs Hot e Oreia levam o seu rap psicodélico para o público. Em 2019, a dupla lançou o primeiro disco, Rap de Massagem. Discussões sociais, autocritica e ironia estão presentes nas composições, em letras divertidas e beats alucinantes.

Quem se apresenta na sequência é MAC Júlia, revelação do rap mineiro, que lançou recentemente o álbum “Sextape: Love me Two Times”. No trabalho, ela mescla as vivências da tinta nos muros e da poesia rimada, vindas das ruas de Betim. Às 18h30, Fabrício FBC sobe no palco. Com mais de 15 anos de atuação, o rapper ganhou destaque no Duelo de MC’s e começou a despontar no cenário nacional com o coletivo DV Tribo. “S.C.A.” é o segundo disco solo de FBC, lançado 5 anos depois do trabalho de estreia “C.A.O.S.”. O álbum, que tem se destacado em todo o Brasil, contém crônica social potente e aborda temas como racismo, violência policial e exclusão social.

Representantes da crescente cena funk da cidade também marcam presença no festival. Às 19h30 o MC Laranjinha, ao lado dos DJs Menor da Serra e WS da Igrejinha, todos do Aglomerado da Serra, sobem ao palco para encerrar a programação musical do sábado. Nos dois dias, a DJ Rafa Brasil vai marcar presença durante à tarde, com música para todos os gostos.

Foto:Pedro no Click

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