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Exposição reúne expoentes artistas mineiros da fotografia e do audiovisual no Mama/Cadela, a partir do dia 15/12

Intitulada “A Margem do Rio Onde o Afeto se Banha”, mostra gratuita reúne trabalhos de 13 artistas e fica em cartaz até dia 22 de dezembro

“Esta exposição é sobre a quebra da linha dura entre a produção artística e o mercado da arte. Sem lugar premiado, sem ingresso comprado ou apertos de mão prévios. Uma resistência não por estética, mas por desejo, afeto, amor e encontro”. A frase é de Francisco Pereira, artista paraibano, radicado em Minas Gerais, que assina a curadoria da exposição “A Margem do Rio Onde o Afeto se Banha”. A mostra, que tem entrada gratuita e reúne trabalhos de 13 expoentes mineiros do audiovisual e da fotografia, acontece na Galeria Mama/Cadela entre os dias 15 e 22 de dezembro.

Além de Pereira, que apresenta o filme “Água Preta”, dirigido por ele em parceria com a mineira Juliana Gontijo, integram a exposição artistas de distintas trajetórias, linguagens e gerações. São eles: Sávio Leite, Tenesmo, Daniel Bretas, Dayane Tropicaos, Dolores Orange, Daniel Junqueira, Paula Coraline, Bruno Queiroz, Erick Ricco, Sanzio Machado e Helena Vanucci. A abertura conta com a apresentação minimalista do duo musical água-rasa, que trabalha com o formato voz e violão, e o encerramento terá uma profícua roda de conversa sobre as obras, a temática e a poética da mostra.

Pereira explica que a ideia da exposição parte de um muralismo coletivo, “uma tentativa de conceber no espaço distâncias e proximidades singulares entre as obras e seus criadores”. “Com os tempos atuais, onde tudo é imagem e reprodução do ego e do particular, tão acessível e tão explícito a todos, sejam no cotidiano físico ou nas redes sociais, perde-se a significância mais profunda da imagem, do registro, da memória. Daí a decisão de trabalhar imagens em movimento e fotografias”, ressalta.

Sobre a linha curatorial, o artista afirma que o principal mote foi o afeto. “A ligação não se deu por nomes, referências ou falas de terceiros, mas puramente pela aura: olhar, sentir, impactar e tocar. Parte da vontade de aquecer o outro com a imagem ali exposta, de trazer uma boa memória de um sentimento caloroso ou relembrar algo que não seja puramente cor e forma” sublinha, explicando o nome da mostra. 

“Muito vem do sentimento de não ter onde dar vazão, colocar e encaixar, seja em padrões do meio artístico central da nossa cidade ou de qualquer outro formato. Há uma grande parcela em desilusão com o ‘entrar no mercado da arte’, ‘expor em uma galeria’”, reflete. “Portanto, o nome vem de algum canto da minha mente em que acredito que este rio, a arte, é muito largo e extenso. Em alguma margem, alguns escolhem se banhar naquilo que eles podem se banhar, o que lhes resta, o que lhes cabe”, finaliza.

Foto: Dayane Tropicao

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