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Ciência que revoluciona a história: exposição Expedição Antártica aborda pesquisas desenvolvidas na UFMG

Nova mostra do Espaço do Conhecimento UFMG fica em cartaz até abril de 2018

Longe dos laboratórios, do conforto dos gabinetes e das bibliotecas, pesquisadores brasileiros têm encarado o desafio de fazer ciência no continente mais inóspito do planeta. Nas últimas décadas, a UFMG tem se firmado como uma das principais instituições que desenvolve pesquisas e projetos na Antártica em parceria com o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), da Marinha do Brasil. Juntos, esses estudos têm lançado olhares inovadores sobre a ciência produzida nos últimos séculos.

Trazer essa história para mais perto da população e os bons resultados que têm sido alcançados é uma das propostas da Expedição Antártica, nova mostra do Espaço do Conhecimento UFMG em parceria com a Unimed-BH e o Instituto Unimed-BH que fica em cartaz até abril de 2018. A exposição foi desenvolvida em conjunto com as equipes dos projetos de pesquisa da UFMG MycoAntar/MicroPolar INCT Criosfera,Paisagens em Branco e MediAntar, que realizam estudos de biologia, arqueologia e antropologia e medicina polar, respectivamente.

Uma nova história sobre a Antártica
O continente mais frio e remoto do Planeta foi o último a ser ocupado pelo ser humano já no fim do século 18 ou no início do século 19. Nos livros de história, contudo, personagens de grupos subalternos como os caçadores de animais marinhos, os verdadeiros protagonistas deste “desbravamento”, foram retirados da Historia Oficial do Continente Antártico. Recontar essa história é a proposta do projeto Paisagens em Branco, do Departamento Antropologia e Arqueologia da UFMG, que realiza pesquisas de antropologia e arqueologia polar. 

O grupo já descobriu diversos sítios arqueológicos, regiões onde são encontrados vestígios do passado. Dentre eles, destaca-se o sítio Punta Elefante 2, que conta com uma réplica em tamanho real naExpedição Antártica. “Nós queremos que as pessoas saibam que o território Antártico foi desbravado por gente comum, e não apenas pelos grandes heróis”, afirma Andrés Zarankin, coordenador do projeto.

Quando o pesquisador é também pesquisa
A multidisciplinaridade é a principal marca do projeto MediAntar, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, que se interessa pela adaptação do ser humano às condições extremas de sobrevivência experimentadas na Antártica. Os próprios pesquisadores, que vão ao continente para fazer ciência, se tornam foco da pesquisa: como se adequam às temperaturas muito baixas e à dificuldade de respirar, ao esforço físico constante e ao isolamento são alguns dos pontos investigados. 

Uma parte desses resultados pode ser conferida nas Cápsulas Sensoriais da exposição. “A experiência Antártica expõe a fragilidade que todos nós temos. É uma pesquisa que passa pela nossa experiência”, conta Rosa Arantes, coordenadora do MediAntar.

Grandes descobertas nos pequenos detalhes
Nem só pinguins bonitinhos ou baleias gigantes habitam a Antártica: invisíveis a olho nu, lá sobrevivem milhares de comunidades de fungos microscópicos que podem revolucionar a produção científica. Isso porque muitas delas podem servir para a produção de medicamentos contra doenças como a Dengue, Zika, Febre Amarela, Leishimaniose e a Doença de Chagas, descoberta que tem sido desenvolvida pelo projeto MycoAntar/MicroPolar INCT Criosfera, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. 

Os materiais coletados contribuem, também, para alimentar importantes coleções e bancos de dados, como a Coleção de Micro-organismos e Células da UFMG, que possui a maior coleção viva de fungos da Antártica do mundo, e o banco de extratos do Laboratório de Química de Produtos Naturais do Centro de Pesquisa René Rachou, da FIOCRUZ.

O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Liberdade, o museu é fruto da parceria entre a UFMG e o Governo de Minas. O Espaço está subordinado à Diretoria de Ação Cultural (DAC) da universidade, é amparado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com patrocínio da Unimed-BH e do Instituto Unimed-BH.

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