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Com a proposta de integrar diferentes segmentos culturais, a Fundação Clóvis Salgado realiza o programa Minas Pocket, iniciativa que reúne profissionais de várias áreas do segmento artístico. Na próxima semana, a Companhia de Teatro apresenta a montagem de O Pelicano, interpretação da obra homônima do dramaturgo sueco August Strindberg.

A apresentação tem direção, cenário, figurino e produção assinados por Luiz Paixão, Diretor da Companhia de Teatro, e conta com elenco composto por Bruno Hilário (o filho), Thiago Di Nazaré (o genro),Nathália Estanislau (a filha), Mariana Bizzoto (a mãe) e Ângela Maria (a criada). Com simplicidade quase minimalista, o espetáculo aprofunda e expõe as relações agressivas e torturantes entre os personagens, que ganham força nos silêncios e na imobilidade de cada um.

A peça e suas referências – O Pelicano, de August Strindberg, apresenta um universo familiar em que os conflitos se acentuam em torno de uma mãe extremamente autoritária e mesquinha, que se envolve amorosamente com o genro. Com a morte do patriarca, todas as mazelas que cercam aquela família são reveladas, armando um campo de batalha com conflitos extremamente agressivos para os cinco personagens – Mãe, Filho, Filha, Genro e Criada –, que só encontram na agressividade sua forma de convivência.

Segundo Paixão, a montagem da peça propõe uma investigação estética em que se faz sentir a presença de fundamentos do pensamento do poeta surrealista Antonin Artaud e sua teoria acerca do Teatro da Crueldade, assim como o aproveitamento de elementos da dança Butoh, estilo surgido no Japão após a Segunda Guerra Mundial como técnica de aperfeiçoamento corporal incorporada à interpretação dramática.

“Procurou-se radicalizar o sentido da morte, componente fundamental do texto de Strindberg, seja através da concepção cenográfica, como também em seu figurino, movimentação cênica e construção de personagens”, destaca Paixão. A presença de Chopin na trilha sonora contribui para acentuar o clima fúnebre e destacar sugestões sensoriais de cheiro e frio, elementos centrais do roteiro.

Minas Pocket – Por meio do Minas Pocket, a FCS realiza uma programação diferenciada, com eventos sobre Literatura, Design, Arquitetura, Dança, Performance e Teatro. Desse modo, o programa garante e estimula a ocupação do complexo cultural do Palácio das Artes, potencializando a produção e a fruição cultural na cidade.

FOTO: THIAGO DI NAZARÉ