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Anelito Oliveira lança A menina chinesa, livro que traz crítica social e política

Questões em pauta nas discussões contemporâneas, como racismo, discurso de ódio, fascismo, permeiam os relatos que compõem A menina chinesa, décimo livro do escritor Anelito de Oliveira, obra que será lançada pela Páginas Editora, no próximo dia 14 de dezembro, às 18h, no Sabático, em Belo Horizonte. O livro traz um forte tom de crítica social e especialmente política, campo que faz dois momentos distintos da realidade brasileira se aproximarem, os anos 1990 e a década atual.

Ao falar do gênero escolhido para a obra, Anelito diz que os relatos foram bastante exercitados por autores como Jorge Luis Borges e Silviano Santiago. Tal gênero, prossegue, articula elementos objetivos, reais, subjetivos, virtuais, com a finalidade de construir uma representação critica da vida social. Os textos do livro foram concebidos e esboçados, segundo o autor, em dois momentos “distópicos”: no início dos anos 1990 e em meados da década atual. “O dado que aproxima os relatos é de ordem política: o fascismo dos governos Collor e Bolsonaro, o clima de terror que caracteriza esses dois momentos no país”, conta.

Anelito afirma que a proposta do livro é ostentar uma metáfora da literatura como estranhamento absoluto, como recusa radical a qualquer autoritarismo, a qualquer restrição de liberdade individual. “É um livro que pretende insultar o bolsonarismo, desmascarar toda essa farsa social que ‘começa’ em 2013 e continua sacrificando a maioria da população brasileira”.

Outro aspecto assinalado pelo autor envolve a estética do livro. “As narrativas giram livremente pelo tempo e o espaço, do sertão norte-mineiro a Nova Iorque, do século 21 ao passado medieval e ao futuro, num exercício de liberdade cognitiva que constitui a particularidade revolucionária da literatura”, diz. Segundo ele, isso é índice de um mal-estar de sujeitos sociais torturados no cotidiano por dispositivos governamentais acionados sempre com finalidade dominadora, disciplinadora.

A apresentação do livro é de Raimundo Carvalho, doutor em Literatura pela UFMG e professor da Ufes. Raimundo afirma que “A menina chinesa é um livro profundamente político”, mas que se distancia do mero panfleto. No posfácio, Flávia Figueiredo, doutora em Letras pela UFJF, chama a atenção para os sentidos, sentimentos e provocações do livro. “Há uma sensação generalizada de desarraigamento, tanto pelo despertencimento ou superpetencimento que se deflagra numa investida de busca”.

O lançamento de A menina chinesa é parte da programação do evento “3ª Paixão do Leitor + Bazar Literário”, promovido pela Páginas Editora ao longo do dia 14.

Foto:Divulgação

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