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REPRESENTATIVIDADE EM TODAS AS IDADES

Mercado da moda pede cada vez mais por modelos que representem faixas etárias antes esquecidas no meio fashion

Se a moda é para todos, por que não as passarelas? Essa é a pergunta que estilistas vêm respondendo, na prática, diferenciando cada vez mais o casting em seus desfiles e incluindo também modelos mais velhos. As fashion weeks de Nova Iorque, Londres, Paris e São Paulo já tiveram personalidades que passaram dos 50, 60, 70 e até 80 anos. E eles mostraram como a mudança de pensamento para a diversidade dá muito certo, em performances que foram elogiadíssimas pelo público. 

Apesar da forte cultura da juventude preconizada, principalmente no Brasil, esse paradigma está com os dias contatos. Um indicativo disso é essa alavancada na demanda por manequins mais velhos. E em Belo Horizonte não é diferente. “A busca por perfis acima dos 30 vem aumentando muito, assim como a procura por profissionais que já passaram dos 60, 70 ou mesmo 80 anos”, afirma Warley Coimbra, proprietário da Clark’s Models, que atua na capital mineira e conta com agenciados diversificados. 

A explicação para esse novo movimento positivo está no fato de o consumidor querer se sentir representado por quem divulga um produto. “Antigamente, idosos estavam presentes somente em comerciais como os de planos de saúde e hoje isso vem mudando cada vez mais. Eles aparecem como referência para tudo, de bem-estar, se exercitando, com uma vida mais ativa, como a que podem levar na realidade”, acrescenta Coimbra. 

Mesmo as grandes maisons precisam atingir os mais diferentes públicos compradores. Em tempos de mudanças econômicas nos mercados como os da Europa e Estados Unidos e com os tradicionais públicos deixando de consumir compulsivamente, a solução foi diversificar. A L’Oréal Paris tem a premiada atriz britânica Helen Mirren, 72 anos, como um de seus rostos. A Dior trouxe Rihanna, a primeira negra em suas campanhas, e Winnie Harlow, que tem vitiligo, ilustra campanhas da Diesel, para citar alguns exemplos.

Na mídia

Helen também foi capa da edição de setembro da mais renomada revista de beleza do mundo, a Allure. O número da publicação viralizou e foi notícia das mais replicadas ao chamar a atenção da indústria de cosméticos para a abolição do termo anti-aging (que em tradução direta significa antienvelhecimento), dizendo que o importante nos dias de hoje é envelhecer bem e não evitar esse curso tão natural. A versão brasileira da Vogue de outubro também trouxe extensa matéria sobre o tema, ilustrando diversas páginas com exemplos de personalidades que já propagam esse estilo de vida, como a atriz Zezé Motta, a modelo Suzana Kertzer, a estilista Marisa Ribeiro e a artista plástica Teresa Fittipaldi.

Outro veículo que levantou essa bandeira foi a revista Cláudia. Com ninguém menos que Regina Casé na capa de novembro e o lema “Idade não é limite”, o conteúdo é inspirador, mostrando como ela desafia expectativas e padrões. A edição com a humorista, apresentadora e diretora, que é mãe de um filho de quatro anos e avó de um bebê de 4 meses, fez grande sucesso e lançou hashtags como #belezasemidade e #eutenhodireito, para colocar o assunto ainda mais em voga. 

Foto: Daniele Oliveira

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